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5 dicas para gerir o capital de giro da oficina mecânica

Para inúmeras pessoas, ter a própria empresa simboliza o sonho de uma vida desocupada. Em realidade, essa é uma ideia bastante errada sobre o cotidiano de quem possui um negócio próprio. Afinal de contas, as responsabilidades aumentam junto com o número de funcionários. Além disso, as dificuldades e inseguranças são ainda maiores durante as crises econômicas. Por isso é tão importante discutirmos o capital de giro.

Você dispõe desse recurso na sua oficina mecânica? Em caso positivo, você têm feito a gestão do seu negócio de maneira adequada, controlando os recursos, entradas e saídas? De toda forma, decidimos elaborar este conteúdo, pois a melhor proteção do seu empreendimento diante da crise está na maneira como você o administra.

Confira agora o que você precisa saber em relação ao capital de giro e comece a blindar sua oficina mecânica de imprevistos financeiros. Acompanhe!

O capital de giro

O capital de giro nada mais é do que um recurso que precisa ser mantido em caixa à sua disposição, garantindo o funcionamento da sua oficina mecânica, independentemente dos valores não recebidos. Dispondo de todo o estoque, você até pode pensar: mas por que preciso dessa reserva se já tendo tudo que é necessário para trabalhar?

Como você já deve ter notado no cotidiano da sua oficina, nem sempre é possível ter todos os recursos à mão. Alguns itens saem com mais frequência do que outros, desequilibrando o estoque, não é mesmo? Além disso, nem todos os serviços são pagos à vista. Em realidade, para atingir mais clientes, você provavelmente se adaptou às inúmeras formas de pagamento, como cartões de crédito, cheques e afins.

Como você está habituado, todas essas maneiras de pagamento apresentam diferentes períodos para cair na conta — seja por um parcelamento, um prazo camarada ou tempo de transferência. Por isso, a conclusão é que seu estoque — tanto de peças quanto de materiais utilizados nos serviços — geralmente se esgotará antes do retorno financeiro.

E é aqui que o capital de giro salva você. Sempre disponível e à mão, você deverá utilizá-lo para completar o estoque e demais obrigações financeiras, evitando estourar os vencimentos de toda espécie, seja das contas da oficina — eletricidade, internet, aluguel, etc — ou dos investimentos, como na compra de ferramentas, máquinas e afins.

Não existe uma regra que determine o capital de giro para todos os negócios, afinal de contas, cada empreendimento apresenta uma variedade infinita de valores, seja nas suas receitas ou despesas. Mas existe uma maneira bastante comum de calculá-lo, que nunca deixará você na mão. Basta considerar:

  • valores a receber + valor do estoque – valor das despesas mensais = capital de giro

Mantendo essa reserva financeira disponível, você sempre estará um passo à frente dos imprevistos cotidianos, honrando todos os vencimentos, mantendo o estoque completo e evitando recorrer às medidas emergenciais, como o cheque especial e seus juros violentos.

É válido ressaltar que é possível operar, com certa tranquilidade, com um capital de giro até 20% abaixo do resultado da equação. Mas a lógica é clara, quanto maior o bojo, maior a segurança!

Sua importância para uma oficina mecânica

Todos os empreendimentos estão sujeitos a fatores como variações do mercado, concorrência, tributos e demais dificuldades. Contudo, o capital de giro tem o potencial de blindar a sua oficina financeiramente, evitando que você recorra a empréstimos.

Em conclusão, a reserva traz previsibilidade às finanças da sua oficina, garantindo que os pagamentos acontecerão e que você continuará operando tranquilamente no mês seguinte.

5 dicas indispensáveis na gestão do capital de giro

Agora que você se inteirou em relação ao capital de giro, nada de abandonar o jogo, pensando que basta reservar o valor da fórmula citada acima. A realidade é que para encontrar os valores exatos daquela equação você precisará ter um acompanhamento bem presente das receitas e gastos da sua empresa.

Confira abaixo 5 dicas fundamentais para gerir esse capital!

1. Controle o seu estoque

Esse é um dos principais fatores no cotidiano da oficina. Você bem sabe que sem peças não há serviço. Além disso, já deve ter percebido que a compra de materiais para o estoque drena muitos recursos do seu caixa, e com frequência. Por isso, você precisa ter um controle minucioso do seu estoque.

Dicas práticas incluem ter sempre à disposição os componentes mais procurados, aqueles característicos do perfil do cliente e dos veículos que a sua oficina atende. Em contrapartida, as peças com baixa saída devem ser solicitadas apenas quando surgir uma ordem de serviço coerente.

2. Fique atento ao fluxo de caixa

Você precisa se manter atento ao fluxo de caixa da sua oficina, analisando sempre que possível as datas de valores a entrar e sair. Apenas com um acompanhamento próximo, até mesmo diário, você consegue ter clareza nas tomadas de decisão.

3. Escolha bons fornecedores

É fundamental que você tenha uma boa cartela de fornecedores. E aqui vai um detalhe importante: uma boa cartela é aquela que conta com fornecedores sólidos, confiáveis, competentes e ágeis, e não aquela que apresenta uma lista infinita de fornecedores, muitas vezes priorizando o menor valor em detrimento da qualidade dos componentes.

Além de ter excelentes fornecedores, é interessante que você construa uma boa relação com eles, sabendo os momentos ideais para negociar prazos e, eventualmente, valores.

É importante relembrar que o capital de giro seguido à risca blinda o seu negócio de imprevistos, mas é natural que, ocasionalmente, eles ocorram, mesmo em uma boa gestão. Por isso é essencial manter um relacionamento saudável com os fornecedores, viabilizando negociações de prazo nos momentos emergenciais.

4. Considere a liquidez

Como já mencionamos, o capital de giro é uma reserva que precisa ser acessível. Portanto, nada de considerar os valores que estiverem bloqueados em investimentos de longo prazo ou até mesmo congelados no valor de um imóvel. Você precisa desse dinheiro à mão e, preferencialmente, rendendo.

Por isso, evite a conta-corrente e posicione o capital de giro em algum investimento CDB (Certificado de Depósito Bancário) de liquidez diária ou em uma conta poupança — que, mesmo rendendo pouco, tem rápido saque e isenção de tributação no Imposto de Renda.

5. Invista em automatização

Você pode ser uma pessoa multitarefa, mas é apenas um, concorda? Essa consideração vale ainda mais para as oficinas que não contam com um gestor financeiro, contratado para se dedicar exclusivamente a isso. Portanto, invista nas opções de automação do controle financeiro. Já existem soluções muito funcionais para questões do seu cotidiano, como softwares e plataformas para:

  • gestão de fornecedores;
  • controle de estoque;
  • fluxo de caixa.

Como você pôde ver, controlar o próprio negócio é muito mais desafiador do que as pessoas pensam. Assim, é provável que todos concordem que, para alcançar um ponto de equilíbrio, é fundamental arregaçar as mangas e se debruçar no trabalho!

E então, gostou deste post sobre boas práticas na gestão do capital de giro? Aproveite a visita no blog e veja também como criar uma planilha de controle de estoque para sua oficina. Confira!

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