O ônibus é um veículo que merece atenção especial pois está diariamente nas ruas e é responsável por levar e trazer milhares de pessoas para suas casas, trabalhos, lazer e demais destinos. Portanto, é imprescindível que esse transporte seja feito de forma eficiente e segura.
Logo, gerir uma frota de ônibus é uma grande responsabilidade que envolve inúmeras atividades: investimento em veículos e em pessoas, manutenção, abastecimento, controle de qualidade, atendimento ao cliente e muito mais.
Como realizar tudo isso com maestria, durabilidade e competência? É o que você vai saber ao continuar a leitura. Aproveite!
1. O que é manutenção de frota?
Engana-se quem pensa que para manter um veículo basta realizar revisões periódicas e garantir o abastecimento de combustível. Na verdade, existem muitas outras ações envolvidas nesse processo. Fique atento a cada uma delas para garantir mais segurança e durabilidade para a sua frota.
Como o próprio nome diz, a manutenção de frota trata-se de uma ação periódica que visa evitar a ocorrência de prejuízos e acidentes. Esse é o primeiro passo a ser tomado pelos gestores porque seus desdobramentos afetam diretamente o setor financeiro e de planejamento.
Quando se acompanha passo a passo da “saúde” dos veículos, com investimento, uso de mão de obra qualificada e de uma equipe de manutenção bem treinada, além de criar o próprio estoque, é possível prolongar a vida útil das peças e até prever problemas do futuro. Em resumo, estamos falando de um controle de qualidade.
2. Qual a importância de uma manutenção de frota eficiente?
O Relatório da Frota Circulante, produzido pela Sindipeças, indica que a configuração de ônibus no mercado tem algumas peculiaridades em relação ao tempo de fabricação: o número de veículos mais velhos, de 11 e 20 anos de uso, é maior do que o de veículos novos, com 4 a 10 anos de uso.
Ou seja, esses veículos são criados para ficarem mais tempo em circulação, logo as novas produções são pontuais, apenas para suprir eventuais necessidades no mercado. Logo, empresas que atuam nesse setor devem investir em medidas de controle e de manutenção, além de investir em tecnologia para melhorar a performance e o rendimento da frota.
Você há de concordar que, como as frotas de ônibus estão sujeitas a regimes de trabalho mais intensos, principalmente aquelas que prestam serviços de transporte público, privado e de operadoras de viagens. Em todas essas áreas, a disponibilidade é um indicador de qualidade para a empresa, portanto, realizar a manutenção periódica é a medida mais eficaz para alcançar esse feito.
Ter veículos em plenas condições de funcionamento agrega valor à marca. Já quando estão parados, indicam prejuízo, pois necessitam de custos com reparos e não estão gerando caixa para a empresa, pois os seus serviços estão interrompidos.
3. Quais os tipos de manutenção de frota de ônibus?
A manutenção da frota deve ser pensada e planejada com muito cuidado. Primeiro porque esse é um dos principais custos da gestão de frotas. E depois porque, durante esse período, o veículo fica impossibilitado de ser usado e, consequentemente, de gerar lucro com a venda de passagens. Por essa razão, os proprietários costumam adiar essa atividade o máximo possível. No entanto, essa não é uma decisão prudente.
Basta entender que existem reparos que são visíveis e outros não. Por exemplo, se há alguma alteração externa que prejudica a estética do veículo, é comum pensar “preciso consertar isso” e levar para a oficina logo em seguida. Mas quando o reparo é interno, os sinais são menos perceptíveis. O que normalmente acontece é a identificação do problema quando não há mais como preveni-lo, o que compromete a segurança do veículo e dos passageiros.
Como saber se as peças estão ok ou se precisam de substituição? Como verificar o funcionamento das pastilhas de freios? Como evitar um problema maior para o veículo? Com manutenção. Por isso, vamos apresentar os principais tipos de manutenção, acompanhe.
Manutenção preditiva
Trata-se de um plano de manutenção para aproveitar o máximo das peças antes que elas falhem. Quando isso é calculado previamente e o usuário segue as recomendações, é possível realizar a otimização dos insumos e a economia de gastos.
Mas como isso ocorre? Imagine duas situações. Na primeira, uma frota de ônibus composta apenas por veículos utilizados para viagem atuando nas rodovias. Na segunda, outra frota de ônibus de transporte de passageiros dentro das grandes cidades. Ainda que eles tenham o mesmo conjunto mecânico, o desgaste das peças será totalmente diferente pois um atua com o regime de uso normal e o outro faz uso severo.
Por isso, a aplicação de técnicas de avaliação de uso dos componentes é um fator de sucesso para a manutenção da frota. Ou seja, a manutenção preditiva leva em consideração outros sistemas e peças além do lubrificante. Essa metodologia também pode ser usada para veículos leves, desde que a amostra seja feita em um grupo homogêneo, caso o usuário tenha uma frota com essas características.
Para veículos pesados, como ônibus e caminhões, o ideal é realizar a manutenção preventiva, mas quando a frota é grande, a manutenção preditiva também se faz necessária.
Manutenção preventiva
Mais comum em veículos leves, é aquela recomendada pelo fabricante no manual do veículo. Prevê o intervalo de troca de óleo do motor, fluido de freios, transmissão e outros. Parece simples, mas é preciso ter cuidado com as recomendações. Algumas ações podem ser tomadas a partir da revisão, mas outras são mais específicas.
A substituição das velas de ignição, por exemplo, não precisa ser feita na primeira ou na segunda revisão do veículo. Já o fluido de freios deve ocorrer a cada dois anos, independentemente da quilometragem. Portanto, é recomendado consultar o manual do veículo para obter mais informações sobre a periodicidade de troca de cada componente para planejar bem a manutenção do veículo.
Manutenção corretiva
Esse é o modelo mais oneroso e deve ser evitado. Afinal, reparar um defeito faz com o proprietário fique parado na rua devido a um defeito mecânico. O perigo de ficar na estrada com veículo quebrado somado com os custos do guincho e da falta de manutenção preventiva coloca o usuário em uma situação desconfortável e de alerta.
Existem várias situações que se encaixam na manutenção preventiva, como: Formação de borra nas galerias de óleo, entupimento de partículas diesel (DPF), formação de depósitos de carvão nas válvulas, travamento de um bico injetor diesel.
Para ficar mais claro, veja a comparação de um serviço mecânico em uma manutenção preventiva e numa manutenção corretiva. Imagine o custo de uma troca de correia dentada e compare com o custo de uma possível ausência desse serviço somado ao prejuízo que uma cobra de correia pode causar. Portanto, quanto mais cuidar do veículo de modo preventivo, menor o risco de surpresas desagradáveis.
4. Como funciona a manutenção preventiva de ônibus?
Você já viu que o baixo custo da manutenção programada é menos prejudicial do que o prejuízo causado pelos veículos parados e clientes não atendidos. Mas como acontece essa manutenção, na prática? Veja, a seguir, um verdadeiro checklist de tudo o que precisa ser vistoriado com regularidade no veículo: sistemas, componentes, procedimentos, acessórios e demais itens.
Alinhamento ou balanceamento
O alinhamento e balanceamento são obrigatórios, pois, eles minimizaram o desgaste de pneus, economia de combustível e o principal a segurança nas viagens
óleos e fluidos
É de suma importância existir e obedecer a quilometragem especifica para a substituição deles, visto que sofrem com a operação severa. Seguir sempre o que o fabricante indica e utilizando produtos renomados e de qualidade conhecida.
Pneus
Deve existir a calibração obedecendo os critérios do fabricante e sempre estar atento a desgaste acentuados e verificação nas revisões preventivas visto que é um item de segurança.
FREIOS E SUSPENSÃO
Peças muitas vezes negligenciadas devido aos desgastes acentuados que sofrem, esses itens devem ser conferidos obrigatoriamente nas inspeções e devem ter atenções quando há abertura de ordem de serviços por parte de motorista, outra informação importante é que existem diversas marcas nesse setor, entretanto de sempre preferência a peças originais e homologadas pelas montadoras (lembre-se o barato poderá te dar uma tremenda dor de cabeça).
Sistema elétrico e iluminação
Cada vez mais recursos elétricos são introduzidos nos veículos como luzes, ar-condicionado, eletrônica embarcada módulos eletrônicos e muito mais. Para que tudo isso funcione bem é preciso checar como anda o seu sistema elétrico.
5. Quais as melhores práticas de manutenção de frota de ônibus?
A manutenção é uma decisão estratégica capaz de identificar prováveis problemas a tempo de serem solucionados antes que tragam algum transtorno, por isso é uma tarefa que exige bastante cuidado. Para auxiliar nessa etapa, veja algumas boas práticas para adotar na sua rotina.
OPERAÇÃO
Todos os conjuntos da manutenção preditiva ou preventiva só irão funcionar de maneira uniforme caso ocorrer o trabalho conjunto do setor de operação dos veículos, visto que é de suma importância que o motorista deve obrigatoriamente ter treinamento e sobre a tecnologia empregada no veículo!
É fundamental que o motorista entenda que uma luz de desgaste de pastilha, ABS, ou emissão de poluentes causara sérios danos ao veículo e consequentemente impactara em quilometragens de peças.
Crie e mantenha a periodicidade do serviço
Tenha em mente que a manutenção não é uma parada programada pontual, em intervalos de tempo ou por quilometragem. Ela deve ser planejada, executada e avaliada para seguir o ciclo novamente. Por exemplo, o motorista deve checar os pneus e os freios diariamente e informar quaisquer falhas. A colaboração de todas as partes envolvidas no processo é essencial.
Tenha um plano de manutenção e o checklist de atividades
Depois de definir a periodicidade é a vez de elencar tudo que deve ser vistoriado durante a parada de manutenção. Itens como a verificação de óleo, iluminação, calibragem dos pneus e demais processos mecânicos devem ser listados para orientar os responsáveis. Isso otimiza o processo e gera dados.
Capacite a sua equipe
De nada adianta ter um planejamento se ele não for colocado em prática. Portanto, selecione bem os membros da sua equipe e ofereça capacitações para que eles estejam alinhados quanto aos procedimentos padrão da empresa.
Dê preferência a mecânicos capacitados e experientes e oriente-os para seguir à risca os procedimentos definidos no checklist de manutenção. Fortaleça a ideia de que esse trabalho é primordial para ter ônibus mais seguros e serviço de qualidade.
Tenha um método para aquisição e troca de equipamentos e ferramentas
Toda manutenção requer equipamentos adequados. O ônibus, por exemplo, precisa de calibradores de pressão, ferramentas eletrônicas de diagnostico macaco hidráulico específico etc. A falta desses itens compromete a execução da manutenção. É de suma importância que haja pessoas qualificadas para utilizar determinadas ferramentas. A empresa necessita possuir um plano de calibração e check-list de avaliação do ferramental, pois isso evitará danos a peça e ao funcionário da manutenção.
Cuide do seu estoque de peças
Em grandes frotas, quando um veículo quebra e a manutenção não é tão simples, é melhor que ele seja substituído por outro até que o serviço esteja concluído. Mas em pequenas frotas essa não é a solução mais viável, por isso é preciso investir no estoque de peças. Afinal, não haverá tempo suficiente para esperar chegar uma peça nova. A ausência do ônibus compromete diretamente a bilheteria da empresa.
Por isso, reforce aos seus colaboradores e estabeleça processos para que o cuidado constante garanta a saúde do motor e de todo o sistema mecânico. Mas, para os casos pontuais, disponibilize peças de estoque para solucionar o problema o quanto antes.
E lembre-se de que quando o planejamento é bem-feito, é possível reduzir custos tanto do consumo de combustível quanto da reposição de peças. Pensar mais à frente o deixa mais preparado para lidar com problemas indesejados e diminuir o tempo de parada para manutenção.
6. Quais os erros a serem evitados?
Uma boa forma de aprender a avançar é observar o que já foi feito e deu errado para usar como referência e não reproduzir
Não ter metas e índices de controle
A ausência de metas bem definidas e índices de controle é o equivalente a um navegador em alto-mar sem uma bússola. Quando se há objetivos estabelecidos e perguntas a serem respondidas, é possível entender melhor o contexto da situação para discutir e eleger as decisões cabíveis.
Tomar decisões aleatórias em vez de ter um Plano de ações
Você há de concordar que é muito melhor atacar o principal foco de incêndio do que tentar apagar o fogo de forma aleatória. O mesmo ocorre na gestão de uma frota: é importante catalogar cada pequeno problema para traçar uma estratégia. Para isso, sugerimos a criação de Plano de ações colocando os problemas em foco e deixando o que realmente necessita naquele momento de prioridades acima e os com menos prioridades abaixo com isso às tomadas de decisões não serão aleatórias mais assertivas e as manutenções ocorreram de maneira correta. Outro item importante é a suma importância de ouvir os envolvidos no processo de realização das atividades para gerir os planos de ações, exemplo: equipe da manutenção e em algumas situações a operação.
Ter apenas um tipo de estoque e compra de peças
Como você realiza o abastecimento dos seus suprimentos? Centraliza ou descentraliza as compras? A primeira opção é importante para economizar no preço, já que se compra em maior quantidade. Já a segunda diminui o tempo de parada de manutenção do veículo e a quantidade de peças em estoque. Mas qual a correta?
A que melhor funciona para o seu negócio. Afinal, ambas opções estão corretas e devem ser aplicadas quando necessárias. Por isso, é importante munir o gestor de frotas com dados sobre a operação e a necessidade de disponibilidade de cada veículo. A partir da sua análise, ele vai eleger o fator determinante para a escolha da aquisição de suprimentos.
Terceirização da manutenção
Não observe a área da manutenção apenas sob o critério de economia financeira. Você pode comprometer toda a cadeira por tomar decisões dessa forma. Ver a terceirização da manutenção como forma de redução de custos pode afetar tanto a qualidade do serviço quanto a segurança dos equipamentos.
Ignorar as vistorias técnicas
Essa atividade deve ser realizada sempre nas preventivas por isso é de suma importância que o colaborador saiba a responsabilidade que tem. De acordo com os órgãos reguladores de transporte, toda empresa que tem frota própria com veículos movidos a Diesel devem criar e adotar um Programa Interno de Autofiscalização da Correta Manutenção da Frota na parte de motor. O objetivo é monitorar e não permitir as emissões de poluentes ao meio ambiente.
Flexibilizar erros
Em tudo nessa vida estamos suscetíveis a erros, mas quando se trata de uma gestão de frota, você deve trabalhar para que esses erros não existam. Afinal, erros na manutenção de frota resultam em acidentes com vítimas. Dependendo da gravidade do acidente, isso pode trazer sérios problemas para as partes envolvidas, além de prejudicar a imagem e a credibilidade da companhia, além do prejuízo financeiro. Portanto, seja bem rigoroso nesse aspecto tenha sempre um apontador de retrabalhos.
8. Como manter a manutenção de ônibus em dia?
Já que falamos em tecnologia, vamos ver como ela funciona na prática. Em vez de estabelecer inúmeros processos e montar um grande time para cuidar do planejamento e manutenção da sua frota, que tal investir em um software de gestão integrada? Atualmente existem várias opções disponíveis capazes de registrar e identificar diferentes ações necessárias:
Aferição de pneus, Controle de abastecimento de combustível, estoque de peças, compra de equipamentos, controle de componentes e fluidos.
Dessa forma, é possível sistematizar e centralizar todas as informações que visam o controle total da frota de veículos. Essas plataformas também auxiliam na organização de dados e demais ações de manutenção, como status, horário e atividades de pintura, funilaria, eletrônica, elétrica, mecânica, limpeza e muito mais.
7. Como a tecnologia pode ajudar?
Diariamente o mercado lança soluções para o meio automobilístico. Tenha um time responsável por acompanhar essas tendências via internet, participação em feiras e visitas a fornecedores. Além de manter a sua empresa atualizada é possível fortalecer laços com marcas que são importantes para a gestão da sua frota.
Faça comparativos entre sistemas mecânicos e digitais, peça orçamentos e avalie as possibilidades. A tecnologia requer um investimento, mas na maioria das vezes o resultado compensa. Então faça comparativos e veja o que melhor funciona para a sua empresa. E lembre-se de que marcas que investem em tecnologia são bem-vistas no mercado e ganham a preferência dos clientes.
Agora que você já sabe porque a manutenção da frota de ônibus é importante e quais são as melhores práticas e erros comuns a serem evitados, sua gestão terá muito mais qualidade e eficiência. Basta definir como deseja realizar as diferentes formas de manutenção, personalizá-las com o uso da tecnologia e avaliar os resultados para definir as melhorias. Com esse acompanhamento constante, sua frota estará sempre pronta para qualquer desafio e para atender melhor os seus clientes.
AMSTRA DE DADOS A EQUIPE DE MANUTENÇÃO
Existe uma antiga lenda que a equipe de manutenção não deve conhecer resultados, pois bem é de suma importância que exista um quadro de gestão de frota junto a equipe da equipe de manutenção, pois todos devem conhecer e saber o quanto a frota roda, quais as principais falhas apresentadas e os planos de ações adotados.
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