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Os desafios do piloto de Stock Car e como um mecânico pode ajudar?

Você que é apaixonado por carros, certamente vibra com as competições de automobilismo, não é mesmo? Muita adrenalina e alta velocidade são grandes marcas desses eventos, que chamam a atenção de um número cada vez maior de espectadores.

Aqui no Brasil, o principal campeonato é a Stock Car, modalidade inspirada nas tradicionais corridas da americana Nascar. A competição reúne carros de turismo de diversas marcas, o que atrai os holofotes da mídia e movimenta um grande mercado — inclusive a Fras-le, que é a fornecedora oficial de materiais de fricção para a categoria desde 2016.

Mas você faz ideia de quais são os desafios enfrentados por um piloto de Stock Car, seja nas pistas ou mesmo na sua rotina de treinos? Acompanhe este post para descobrir e entender como o auxílio dos mecânicos é fundamental!

Os maiores desafios para um piloto de Stock Car

Todos os elementos que envolvem a Stock Car fazem dela a competição automobilística mais difícil e competitiva do país. Por isso, é natural que os pilotos da categoria enfrentem uma série de situações desafiadoras.

Para terem um bom desempenho nas pistas, é fundamental que eles sigam uma rotina rígida também quando estão fora delas. Essa preparação envolve treinamentos físicos especialmente desenvolvidos para que eles suportem a intensidade das corridas. Até mesmo a alimentação dos pilotos é controlada a fim de prepará-los para o momento das competições.

Como o regulamento não permite treinos particulares com os carros oficiais, prevendo até mesmo penalidades para quem infringir essa regra, a solução muitas vezes é fazer uso de simuladores. Esses equipamentos reproduzem diversas condições comumente encontradas durante as provas, facilitando a adaptação do piloto a várias situações.

Quando estão dentro do cockpit, o calor costuma ser um dos adversários mais duros para os pilotos. Em uma temperatura ambiente de 30º C, os termômetros de dentro do carro chegam a registrar a incrível marca de 60º C! Não são raros os casos de pilotos que relatam sensações de mal-estar após as provas, fazendo com que a equipe tenha de buscar meios para amenizar essa situação.

Márcio Campos, bicampeão da Stock Light em 2015 e 2016, reforça: “Já que o regulamento não permite treinos com o carro oficial, o piloto tem de estar em um fim de semana perfeito. Fazemos muitos treinamentos físicos para aguentar as duas corridas, além de usarmos o simulador. Há muita exigência da parte física, principalmente pelo calor. É preciso estar preparado para isso, porque automobilismo não permite erros”.

Uma solução muito utilizada são as roupas refrigeradas, que contam com serpentinas internas para o fluxo de água gelada e aberturas especiais para ventilação. A reidratação também é um grande preocupação, já que os pilotos chegam a perder até 3 quilos em líquidos a cada prova. Por isso, misturar sal ao isotônico é uma prática comum, já que o mineral ajuda na retenção de líquidos.

Os desafios com o carro da Stock Car

Além de serem um grande incômodo para os pilotos, as altas temperaturas causam reflexos no carro também. Isso exige uma atuação conjunta entre pilotos e mecânicos, a fim de definir as melhores estratégias para cada corrida.

Os pneus, por exemplo, esquentam rapidamente em dias de calor. Se esse aumento de temperatura não for controlado, a borracha pode começar a derreter e a aderência à pista diminui consideravelmente. Da mesma maneira, os dias de chuva também requerem atenção especial da equipe, já que a escolha errada dos pneus pode comprometer toda uma corrida.

Os componentes do sistema de freios também são mais exigidos no calor. A alta temperatura pode reduzir sua eficiência, tornando a tarefa de frear o veículo ainda mais difícil. E foi exatamente a demanda da categoria por produtos de fricção de alta qualidade que conduziu a parceria entre Fras-le e Stock Car.

A ideia é fazer de tudo para aumentar o desempenho e a competitividade do carro, desde as configurações de aerodinâmica até a posição do piloto dentro do cockpit. Nessa relação, muitas vezes o piloto deve se submeter a condições desafiadoras em busca da melhor posição ao final da prova.

“No fim de semana da corrida, temos pouco tempo para desenvolvimento do carro. Então, quem tiver mais afinidade com o mecânico e melhor entendimento com a equipe conseguirá os melhores resultados”, ressalta Márcio Campos. Em 2017, ele disputou a Stock Car pela equipe Blau Motorsport.

A escolha de peças e componentes

A reposição de peças dos carros da Stock Car acontece de maneira diferente do que estamos habituados no dia a dia de uma oficina convencional. E esse não é um trabalho nada fácil, já que um carro de Stock Car é composto por quase 15 mil peças que precisam de manutenção!

Como os mecânicos trabalham com uma margem de erro mínima, é preciso manter um rígido controle de desgaste das peças. Esse cuidado permite que a substituição do componente aconteça antes mesmo dos sinais mais aparentes de desgaste, evitando qualquer tipo de surpresa na pista. Muitas vezes, a experiência do reparador pode ser fundamental para definir o momento certo de fazer uma substituição.

Para garantir a melhor performance e segurança dos carros, apenas componentes fabricados com o mais alto padrão de qualidade são utilizados na categoria.

Os imprevistos, no entanto, são inevitáveis. Para lidar com eles, o conhecimento e a agilidade dos mecânicos são fatores decisivos. Nessa hora, uma equipe que trabalha bem em conjunto certamente tem vantagem na resolução das mais variadas situações.

“No meu caso, da Stock Light, sempre corri com a mesma equipe até chegar à Stock Car. Eu saía do carro, trocava uma ideia com o mecânico rapidamente, e ele já sabia o que eu queria. Isso facilita muito”, relembra o piloto com a experiência de quem foi bicampeão da Stock Light.

A relação entre pilotos e mecânicos

Em um final de semana de prova da Stock Car, tudo tem que ser perfeito para se alcançar a vitória. Por isso, a sintonia entre mecânicos e pilotos é um grande diferencial em uma disputa tão acirrada. Quando isso acontece, é muito mais fácil para o profissional identificar as demandas do carro — decisão que, muitas vezes, tem que ser tomada em poucos segundos.

O dever do mecânico de uma equipe é ouvir o que os corredores têm a dizer, pois eles são as maiores fontes de informação sobre os carros. Enquanto os pilotos sentem como ninguém cada detalhe do funcionamento do carro, são os mecânicos que colocam a mão na massa e garantem que eles estarão prontos para qualquer desafio.

Márcio Campos afirma que o “Automobilismo é corrida de carros, não de pilotos. É o melhor conjunto que vence. O conjunto carro, piloto e engenheiro que vence. Não é só o piloto que vence. E o mecânico tem grande relevância no resultado”.

É por isso que a atuação dos mecânicos é um elemento chave na disputa, fazendo com que a equipe que estiver mais entrosada nos boxes já dê a largada com uma grande vantagem.

Agora ficou claro que, além dos pilotos de Stock Car, os mecânicos também são membros fundamentais de uma equipe. E você que também trabalha como mecânico automotivo, já pensou em fazer parte desse universo?

Então confira o post que preparamos para mostrar o que é preciso para quem quer se tornar um mecânico de carros de competição!

Foto: Fernanda Freixosa

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