Quando ouve falar em sangria dos freios, você sabe exatamente do que se trata? Sendo o responsável por uma oficina mecânica, muito provavelmente, sim! No entanto, o tema ainda pode ser um pouco desconhecido os seus funcionários mais inexperientes ou mesmo para os proprietários de veículos.
A sangria é o processo de retirada do ar confinado do interior do sistema de freio, um procedimento essencial para a conservação dos componentes de frenagem. Assim, ele deve ser feito sempre que o fluido do freio for substituído, como forma de prevenir o veículo de problemas como a corrosão e/ou deterioração acelerada das peças que compõem o sistema de frenagem.
Confira, neste post, o nosso passo a passo para executar com facilidade esse procedimento tão importante! Não perca essas dicas!
Fazendo a sangria dos freios em 7 passos
É mesmo importante que os seus clientes encarem a sangria como um procedimento indispensável, tanto que a recomendação amplamente difundida, como mencionamos, é a de realizar a sangria sempre que houver a substituição do fluido de freio.
As orientações sobre a periodicidade para troca desse fluido variam de acordo com a montadora e com o modelo do veículo. Assim, é essencial que você mantenha uma relação de confiança com seu cliente com relação a esse processo de manutenção. Dessa forma, a cada dois ou três anos: trocou o fluido, que se faça a sangria!
1. Eleve o carro e retire os pneus
É estritamente recomendável que o carro esteja suspenso para a realização da sangria, durante todas as etapas. Portanto, utilize plataforma de elevação ou cavaletes para posicionar o veículo de maneira adequada. Com o carro suspenso, remova os pneus.
2. Localize os parafusos referentes à sangria
Lembre-se: é preciso manusear esse parafuso com muita cautela, evitando causar qualquer tipo de dano que impossibilite a manutenção. As chaves ideais para o manuseio desses parafusos são as chaves de purga.
Tente afrouxá-los a seco, gentilmente. Notando muita resistência, cesse a aplicação de força! Pare, disperse um pouco de óleo lubrificante ao redor do parafuso e tente novamente. Feita a abertura, você pode parafusá-los mais uma vez, com cuidado.
3. Encontre e avalie o nível de fluido no reservatório hidráulico
Não é difícil encontrá-lo. Basta procurar por um reservatório transparente, próximo ao cilindro-mestre do freio. A coloração translúcida facilita a análise do nível do fluido. Portanto, se necessário, preencha-o até a marcação indicada.
É muito importante que você se atenha à recomendação da montadora, expressa no manual do veículo, orientando sobre o uso do fluído mais adequado para o modelo em questão. A variedade de opções no mercado é grande, mas a especificação da montadora precisa ser respeitada, visando à conservação do veículo conforme projetado.
4. Lubrifique os freios na ordem adequada
Existe uma sequência ideal para lubrificar os freios. Normalmente, recomenda-se iniciar pelo freio que estiver mais longe do cilindro-mestre. No entanto, tal como é feito com a recomendação de fluido, siga a orientação da montadora, provavelmente expressa no manual do carro.
5. Posicionando a garrafa e o tubo
Agora, você precisará de uma garrafa — as PETs de 2 litros funcionam perfeitamente — e de um tubo fino. Então, posicione uma extremidade do tubo no parafuso da sangria, e a outra ponta no interior da garrafa. Uma boa dica para evitar o retorno do ar ao sistema, é segurar a garrafa em uma altura superior à das pinças do freio, impedindo o retorno do ar.
6. Conte com uma mão amiga
Primeiramente, ressaltamos a importância de o motor estar desligado, evitando queimaduras durante o procedimento. Além disso, a partir desta etapa, é preciso a colaboração de algum funcionário/auxiliar. Então, sigam este ciclo:
- oriente o seu ajudante a pisar repetidamente no pedal do freio, advertindo quando sentir uma resistência do pedal. Ele também precisa estar orientado a avisar quando o feedback do pedal for o ideal;
- afrouxe sutilmente o parafuso da sangria, mantendo o pé do auxiliar sobre o pedal. Você perceberá o trânsito do fluido pelo tubo. Dentro do carro, o pedal vai afundar progressivamente;
- aperte rapidamente o parafuso da sangria assim que seu auxiliar avisar de que o pedal encostou no porão;
- verifique o nível de fluido no reservatório e se necessário, preencha-o até a indicação.
7. Repetindo o processo
Agora é hora de repetir todo o procedimento da etapa anterior por, no mínimo, cinco vezes, certificando-se de que sempre que o fluido transitar pelo tubo, não haja bolhas de ar. Além disso, lembre-se de que você acabou de fazer a sangria de um freio, restando outros três nos quais vai repetir esses procedimentos.
Finalizada as etapas, em todos os freios, certifique-se de reapertar de reapertar os parafusos da sangria cuidadosamente e proceda com a reinstalação das rodas e seus parafusos.
Apenas ao final de todo o procedimento, você poderá descer o carro da plataforma — ou qualquer outra ferramenta que tenha usado para suspendê-lo.
Dicas extras
- Alguns carros têm um sistema de hidrovácuo, mas isso não influencia no procedimento, que ainda deve ser feito com o motor desligado. No entanto, para que o pedal torne a demonstrar resistência, é necessário ligar o carro.
- Após a sangria, notando frouxidão no pedal, analise o sistema hidráulico novamente, pois algum componente com desgaste acentuado pode estar provocando isso.
- Não misture fluido velho e sujo com o novo, faça todo o procedimento da sangria apenas com a circulação de óleo “zero”.
- Tenha cuidado no manuseio do fluido do freio. Caso caia na pintura, ele irá danificá-la e, possivelmente, a lataria também.
- Utilize sempre o óleo recomendado pela montadora do veículo, apontado no manual.
- Em caso de acidentes com o fluido, imediatamente aplique água em abundância.
Além disso, reforçamos que a utilização de fluido novo na realização de uma sangria é fundamental, pois esse líquido, durante exposição ao ambiente, perde parte de suas propriedades lubrificantes devido à umidade. Então, o processo pode até parecer um pouco trabalhoso, mas a prática tornará o processo fácil.
Em tempo, oriente o seu auxiliar a observar se há uma sensação esponjosa no pedal. Se ele perceber que, ao pressionar, há depuração, você precisará sangrar os freios novamente, até que inexistam bolhas de ar no interior dos tubos.
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