A embreagem é uma peça automotiva simples, porém de extrema importância para o bom funcionamento do veículo. Isso porque ela é responsável por realizar a ponte entre o motor e a transmissão do carro.
Contudo, é importante lembrar que a embreagem é composta de três itens — rolamento, platô e disco de embreagem — que podem se desgastar com o tempo e precisar de substituição.
Para lidar com esse percalço e prolongar a vida útil do automóvel, é essencial ficar atento aos sinais de que algo não vai bem e buscar por um fornecedor confiável na hora de comprar uma nova peça.
Diante dessas informações, fica claro que o revestimento de embreagem é um item indispensável para um veículo, não é mesmo? Pensando nisso, decidimos reunir neste post tudo o que você precisa saber sobre a peça. Ficou interessado no assunto? Confira!
Para quê serve um revestimento de embreagem?
O revestimento de embreagem é uma das peças que forma o kit de embreagem, sendo o elemento central dela. Sua principal função é sincronizar a velocidade do motor com a caixa de transmissão.
Uma particularidade pouco conhecida dessa peça é que ela também é responsável pelo amortecimento do veículo, reduzindo a oscilação e a rotação feita pelo motor de combustão e, consequentemente, o desgaste na transmissão e o ruído.
Além disso, ela é fundamental para a vida útil da transmissão, para a economia de combustível e, principalmente, para que ocorra uma troca de marcha suave durante o arranque do carro.
Quais são as vantagens de um revestimento de embreagem?
Entre os diferentes tipos de conjunto de embreagem, o revestimento se enquadra no de embreagem de fricção, também conhecido como embreagem de mola ou de diafragma.
A peça é classificada como de fricção por fazer uso do princípio de atrito entre os dois discos de revestimento que transmitem a rotação do motor para as rodas por meio da caixa de transmissão.
As grandes vantagens desse tipo de embreagem são: a simplicidade de funcionamento, a manutenção de seus componentes e o baixo custo associado ao sistema.
Opte por um revestimento que tenha como destaque a estabilidade de atrito dentro dos limites de temperatura estabelecidos pela aplicação. É importante ressaltar que esses limites sempre vão depender de qual é o tipo da aplicação, ou seja, se é uma aplicação em automóveis, caminhões ou veículos agrícolas, por exemplo.
Vale lembrar, também, que isso é definido no projeto do veículo, já que nele são indicados quais são os níveis de esforços necessários para realizar a transmissão da caixa de transmissão para o motor e vice-versa.
Assim, dentro desses parâmetros, é definida a faixa em que o material deve estar trabalhando e, por fim, se determina a operação.
Qual é o material utilizado na produção do revestimento de embreagem?
Os principais materiais utilizados na produção da peça são:
Amianto
Abolido em 2002 pela legislação brasileira, o amianto era utilizado em revestimentos por sua resistência mecânica e habilidade de atrito. Entretanto, o material trazia riscos à saúde por liberar de partículas cancerígenas durante o uso.
Não-amianto
Após a proibição do amianto, foi preciso buscar matérias-primas alternativas que pudessem oferecer a mesma funcionalidade do material. Com isso, surgiram os revestimentos em fios cobre e fibra de vidro.
Esses materiais unidos conseguem substituir a ausência do amianto e fornecer a estabilidade de atrito e a resistência mecânica necessária para evitar quebras.
No entanto, existe uma desvantagem no uso do material substituto: o elevado custo de produção. Isso porque o cobre é uma matéria-prima nobre bem mais cara que o amianto.
Quais são os tipos de revestimento de embreagem existentes?
Existem dois processos produtivos distintos para um revestimento de embreagem, eles variam de acordo com o projeto desenvolvido para o produto e com os parâmetros que precisam ser considerados na composição de cada revestimento. Veja:
Moldados
O revestimento de embreagem moldado permite a produção de peças com espessuras de até 0,5 mm e diâmetros de até 0,5 m. Além disso, seu processo de fabricação é barato, rápido e simples. Por isso, é comum a sua utilização em freios de máquinas agrícolas.
Trançados
Em contrapartida, diferentemente dos moldados, os revestimentos de embreagem trançados possuem uma limitação — até 400 milímetros — em termos de diâmetro, apesar de também terem pequenos milímetros de espessura.
Esse tipo de revestimento é aplicado em veículos automotores, tais como: automóveis, vans, utilitários, ônibus, caminhões e tratores.
Como avaliar a compatibilidade da peça com o veículo?
No início de cada projeto de veículo é realizada uma avaliação das necessidades do automotor quanto ao sistema de embreagem. Com base no resultado da análise, é montada ou indicada a melhor formulação de embreagem para o veículo.
Assim, quando for necessária a substituição da peça, a consulta de um catálogo de aplicação com referências e especificações para cada modelo de automóvel permitirá que a troca do item seja exata e satisfatória.
Contudo, na hora de comprar a peça, é importante ficar atento não só ao catálogo, mas também ao fabricante de embreagem. Pois, somente assim, será possível verificar se a peça é realmente de qualidade.
Uma boa forma de fazer isso é averiguar se a marca é utilizada pelas montadoras de veículos. Isso porque as peças usadas por essas empresas passam por diversos testes de qualidade internos, garantindo o melhor produto final para os seus clientes.
Caso apareçam dúvidas no momento da compra, basta buscar por marcas de qualidade e reconhecidas no mercado, considerar o projeto e determinar a melhor para o automóvel.
Como avaliar a qualidade do revestimento de embreagem antes do repasse para o cliente?
Até o revestimento de embreagem chegar às mãos do mecânico, a peça passa por diversas avaliações. Isso inclui avaliações das formulações e matérias-primas usadas desde o início do processo, já que elas precisam estar dentro de um padrão especificado antes de saírem para produção.
Após o fim desse processo, a peça ainda passa por avaliação dimensional, ensaios físicos e avaliações de resistência mecânica. É preciso, ainda, realizar um acompanhamento semestral das formulações para simular condições de aplicação de aceleração e frenagem para garantir que a peça alcance o desempenho esperado quando for inserida no veículo.
É possível que o mecânico faça essa avaliação da embreagem, na oficina?
Apesar de ser um item de fácil manutenção, não é tão fácil retirar o sistema de embreagem para uma avaliação, já que a peça deve ser desacoplada da caixa do motor. Por isso, o revestimento precisa passar por um extenso projeto de qualidade e controle antes de chegar ao cliente.
Sendo assim, é essencial que o mecânico utilize fornecedores de confiança ao solicitar um revestimento de embreagem. Conte com uma empresa que controle todos esses componentes durante o processo de fabricação, garantindo o melhor produto e, consequentemente, o melhor desempenho.
De quanto em quanto tempo é necessário trocar o revestimento da embreagem?
O revestimento de embreagem não é um item que se troca com frequência. De acordo com o histórico da peça, ela pode durar de 100 a 150 mil quilômetros. Entretanto, esse não é um número absoluto, visto que ele varia conforme a sua aplicação.
Dessa forma, se um veículo roda constantemente na cidade, essa quilometragem será reduzida consideravelmente. Por outro lado, se o veículo roda na estrada, a quilometragem proposta pelo histórico é aproximada da vida útil do item.
No entanto, vale lembrar que existem outros fatores que também podem influenciar o momento da troca, veja:
- o trajeto percorrido pelo veículo, visto que o excesso de saídas de prédios e subidas podem sobrecarregar o kit de embreagem;
- vícios na hora de conduzir o carro — rodar em sobremarcha, esticar a rotação antes da troca de marcha, segurar o automóvel em subidas com o acelerador e a embreagem, descansar o pé sobre o pedal de embreagem etc. — já que causam desgaste e danos precoces na embreagem e em outros sistemas do automóvel;
- excesso de peso no porta-malas.
Quais são as dicas de manutenção e durabilidade do revestimento de embreagem?
Existem algumas dicas básicas para que a embreagem dure mais, como:
- evitar trancos (acionamentos bruscos) na embreagem, pois a prática gera uma sobrecarga na peça;
- não utilizar a embreagem como freio. Pois, a temperatura do revestimento e de todo o sistema ficam elevadas, reduzindo a vida útil do kit de embreagem;
- realizar manutenção periódica da embreagem e do motor para que o veículo não sofra com sobrecargas;
- usar a embreagem no momento correto das trocas de marcha;
- não descansar o pé na embreagem constantemente.
Existe algo que o mecânico pode fazer no momento da instalação para preservar a embreagem?
Na hora de realizar a montagem, o mecânico precisa ficar atento à furação e ao processo de rebitagem dos revestimentos. Isso porque o revestimento tem uma parte vazada e outra rebitada que precisam estar alinhadas.
Além desse cuidado, é fundamental que ele:
- preste atenção ao manusear produtos como graxa e óleo. Pois, o contato do revestimento de embreagem com esses produtos pode contaminar a peça e afetar seu elemento friccionante;
- se certifique que o garfo de embreagem se movimenta livremente e não apresenta excesso de folga ou desgaste em seu acionamento;
- verifique se o tubo guia do rolamento não apresenta marcas, sulcos ou amassados, pois isso prejudica o acionamento do mancar.
- confira se o tubo guia está centralizado e paralelo ao eixo piloto, garantindo um bom funcionamento do item;
- averigue se a bucha guia do eixo piloto está muito seca ou com folga, pois esse estado provoca ruído durante saídas com o veículo;
- cheque se o rolamento está danificado, pois isso impede que o motorista possa debrear o automóvel, prejudicando a troca de marchas ou desalinhando o eixo piloto e destruindo o amortecimento torcional do disco de embreagem.
Realizar essa checagem é essencial e evita muita dor de cabeça futura. Portanto, não deixe de verificar e substituir os itens caso problemas sejam diagnosticados.
Por fim, se você precisa de um novo revestimento de embreagem, não deixe de buscar por uma fornecedora confiável, prestar atenção aos sinais de desgaste e evitar deixar a troca da peça para os momentos finais. Lembre-se daquele velho ditado: é melhor prevenir do que remediar!
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