Manutenção de carro por conta própria: o que consigo fazer sozinho?
Pagar IPVA, seguro, possíveis multas, estacionamento, combustível, e assim vai. São tantas despesas com o carro que, muitas vezes, podemos até desistir de ter esse bem tão importante. Mas há formas de economizar com o seu veículo e a realização da manutenção de carro preventiva é uma delas!
Pode parecer que é o oposto, afinal temos que arcar com os custos da troca de peças e da mão de obra. Mas deixar que os componentes se desgastem sem fazer a devida revisão pode fazer com que esses gastos sejam muito maiores, sem falar na questão da segurança. Mais do que isso: há algumas manutenções que podem ser feitas por você mesmo!
Alguns conhecimentos básicos de mecânica permitem ao dono de um veículo que faça algumas substituições de peças e outros componentes sem a ajuda de um mecânico, o que pode aliviar o seu bolso. Neste artigo, vamos falar com mais detalhes sobre a manutenção preventiva, o que você pode fazer em casa, que tipo de curso pode ajudar você nessa tarefa e quando você deve optar por um mecânico. Ficou interessado? Então continue a leitura!
Você sabe a importância da manutenção preventiva?
Sabemos que esse é um ponto sobre o qual muito falamos por aqui. Não é para menos: a manutenção de carro é fundamental para aumentar a vida útil do seu veículo. Além disso, garante que você o utilize com mais segurança, seja em trajetos pequenos ou em viagens mais longas. Deixar de fazer a revisão não pode ser considerado uma economia. Isso porque há muitas peças que, quando desgastadas, podem prejudicar todo o funcionamento do motor, elevando os custos do conserto.
Como o nome diz, ela serve para fazer a troca de componentes antes que os problemas comecem a ocorrer. Assim, o mecânico responsável pela manutenção preventiva deve verificar com cuidado qualquer sinal de que há desgaste nas peças ou que elas não estejam funcionando plenamente, propondo a sua substituição por uma nova e de qualidade.
A ideia, aqui, é que sejam evitadas falhas que podem prejudicar o desempenho do carro ou colocar a sua segurança em risco, resultando em acidentes. O momento certo de fazer essa revisão é estipulado pela fábrica e indicado no manual do proprietário. Mas quem comprou um carro usado sem esse documento pode elaborar seu próprio plano de manutenção. Para isso, basta observar as datas em que trocou os principais componentes, fazendo uma estimativa de vida útil deles.
As vantagens de fazer a manutenção preventiva
Para fazer a manutenção preventiva, você pode contar com uma oficina mecânica de confiança e pedir a ajuda de um profissional na elaboração do seu plano de revisões. Assim, fica mais fácil, inclusive, planejar-se financeiramente para esses momentos. Veja algumas vantagens dessa prática!
Segurança
Já imaginou uma situação em que o seu sistema de freio falha e você não consegue evitar uma colisão? Ou viajar em família e o veículo parar, sem qualquer aviso, no meio da estrada? É isso o que pode acontecer, caso você não tenha o hábito da manutenção preventiva para evitar que problemas e acidentes ocorram.
Economia
Você pode até achar que o melhor é adiar a visita ao mecânico para não ter mais despesas com o carro, mas esse pensamento é um engano. Para você ter uma ideia, vamos tomar como exemplo o alinhamento e o balanceamento dos pneus. Saiba que com os custos dessa simples ação você também ajudará a aumentar a vida útil dos seus amortecedores e dos eixos, além de evitar o desgaste antecipado dos pneus.
A economia também está no consumo de combustível mais baixo. Afinal, alguns componentes do motor podem fazer com que ele gaste mais se não estiverem funcionando perfeitamente.
Menos desvalorização
Todo mundo que tem um carro, em algum momento, pensa na hora de trocá-lo por outro modelo. Pois bem: a manutenção preventiva feita periodicamente, seguindo o cronograma do manual de fábrica, vai ajudar você a conseguir passar o veículo adiante por um preço melhor. Mas o contrário também acontece, ou seja, você receberá menos se não fizer todas as revisões necessárias.
Manutenção da garantia
Quando sai da concessionária, geralmente o veículo recebe uma garantia de até cinco anos, dependendo das condições da venda. Mas esse benefício só poderá ser utilizado, caso você precise, se tiver seguido direitinho o cronograma de manutenção preventiva estabelecido no manual do proprietário.
Vale a pena, portanto, seguir todas as instruções e recomendações feitas pelo fabricante, pois qualquer falha nesses procedimentos pode significar a perda dessa vantagem — e um custo alto para o seu bolso. Normalmente, as revisões são estabelecidas por data ou por quilometragem rodada. Por isso, é preciso sempre ficar atento a essas duas informações.
Você conhece o seu carro o suficiente?
Antes de decidir fazer alguns consertos no seu veículo por conta própria, essas perguntas precisam que ser respondidas: você realmente conhece bem o funcionamento do carro? Quais são os seus principais componentes? Onde eles ficam? Que defeitos costumam apresentar? Entre outras questões. Claro que há, atualmente, muita informação na internet e diversos tutoriais do tipo “faça você mesmo” que você pode tentar seguir para fazer a manutenção de carro.
Mas saiba que isso pode ser até perigoso, dependendo dos casos. Na verdade, há poucas coisas que um leigo está habilitado a fazer em seu veículo sem que haja prejuízo das suas peças e com a segurança necessária. Cada vez mais, a complexidade dos componentes dos automóveis é maior, por conta da tecnologia utilizada para melhorar o seu desempenho.
É justamente isso que pode dificultar alguns consertos que, antigamente, eram mesmo feitos pelos proprietários, em vez de recorrer a uma oficina mecânica. Muitas vezes, quando abrimos o capô, nos deparamos com um sistema complexo, cheio de placas de proteção e podemos não saber nem mesmo por onde começar.
A injeção eletrônica, por exemplo, que veio substituir os carburadores, é um sistema complexo que serve para controlar quanto combustível será utilizado na combustão para mover o veículo. Para descobrir o que há de errado com ela, é preciso usar equipamentos específicos. O mesmo ocorre com muitos outros itens que compõem o motor na atualidade.
Por que você deve conhecer o seu carro?
Não é apenas para fazer a manutenção de carro por conta própria que você deve conhecer bem o seu veículo. É importante que você esteja bem familiarizado com os principais componentes, sua função, a importância deles para a segurança da condução do automóvel, os barulhos e as sensações de pressão dos pedais e do câmbio, entre outras coisas.
Isso tudo ajuda você a descobrir se há um problema com o carro, até mesmo, antes de ele existir em alguns casos. Por exemplo, o sistema de freio: se o pedal do seu veículo precisa de uma pressão moderada para que ocorra a frenagem, mas de um dia para outro ele fica muito leve, pode ser sinal de que é hora de trocar as pastilhas.
Assim, se você conhecer bem especificamente o seu automóvel e somar a isso algum conhecimento básico de mecânica automotiva, será capar de evitar problemas e ainda poderá economizar um pouco com a manutenção de carro. Mas é importante, também, que você saiba qual o limite entre o que podemos fazer em casa e quais são os casos em que o mecânico é imprescindível. É sobre isso que vamos falar a seguir.
O que você pode fazer por conta própria?
Alguns cuidados, realmente, não precisam da ajuda de um mecânico ou outro profissional que atue na manutenção de carro. Basta que você tenha noções básicas e algum conhecimento do seu próprio veículo.
Você também vai precisar comprar um kit de ferramentas específico para consertos de carros. Com tudo isso em mãos, há cuidados periódicos que podem ser tomados na sua garagem ou em um posto de gasolina. Vamos falar deles com mais detalhes!
Verificação e troca dos fluidos
Se você verificar toda semana os fluidos do seu carro ou, minimamente, antes de ir viajar, já fará bastante pela manutenção de automóvel. Não se esqueça de que isso deve ser feito quando o motor estiver frio.
O primeiro passo é perceber se o fluido de arrefecimento está nivelado adequadamente, de acordo com a marcação no reservatório. Não deixe de completar, caso esteja abaixo da marca, usando o fluido indicado pelo fabricante (a informação estará no manual do proprietário).
Já a verificação do óleo do motor é aquela oferecida sempre nos postos de combustível. Basta que se retire a vareta, limpando com um pano para retirar os resíduos. Depois, é só colocá-la de volta e puxar para verificar se o nível está batendo com a marcação. É natural que esteja um pouco abaixo, bastando completar com o mesmo produto que foi usado na troca anterior.
Substituição das paletas do limpador
Os limpadores de para-brisa não podem ser esquecidos, pois são fundamentais para garantir a visibilidade em dias de temporal, seja na estrada ou nas ruas da cidade. Eles também têm vida útil limitada, durando, em média, seis meses até que comecem a ressecar, riscar o vidro e se tornar quebradiços.
A troca das paletas é muito simples e pode ser feita por você mesmo, bastando que tenha o cuidado para não forçar o braço do limpador, quebrando-o. Procure em um posto de combustível ou em uma loja de peças para carros um que seja compatível com o modelo do seu.
Troca de óleo lubrificante e de filtros
Na maioria das vezes, as pessoas preferem fazer a troca do óleo lubrificante e do filtro no mecânico ou em um posto de combustível. Mas saiba que se você conhecer minimamente o carro e tiver um espaço adequado para isso, é possível fazer a substituição por conta própria.
Para isso, é preciso desligar o motor, retirar o parafuso do cárter e deixar o óleo escorrer em algum recipiente. Então, o reservatório deve ser fechado novamente. Antes de colocar a solução nova, aproveite para trocar o filtro, retirando-o com uma chave específica para ele. Para colocar a substituta, é importante lubrificá-la. Agora, sim, é hora de encher o reservatório com o lubrificante.
As especificações ideais para o seu carro, assim como a quantidade que deve ser usada, devem ser verificados no manual do proprietário. Não se esqueça, por fim, de levar o óleo antigo a um posto de combustível para o descarte adequado do produto.
Checagem e manutenção dos pneus
Esse trabalho, realmente, deve ser seu e tem que ser considerado uma prioridade para o motorista. É importante sempre checar se os pneus estão murchos, se houve algum dano nas rodas ou se ele está furado. Também é preciso avaliar sua aderência, pois pneus carecas devem ser substituídos.
Essa troca pode ser feita também pelo próprio motorista, usando as ferramentas obrigatórias que devem estar no seu porta-malas. Para isso, você precisa afrouxar os parafusos, usar o macaco para elevar o carro, retirar os parafusos completamente e trocar o pneu danificado pelo estepe, sem se esquecer de parafusar bem, mesmo depois de descer o veículo com o macaco.
Troca da bateria
A bateria pode começar a dar problemas se tiver mais de dois anos de uso, por exemplo, que é o prazo médio da sua vida útil. Não costuma haver problemas em fazer essa substituição sem o auxílio de um mecânico, desde que você tenha as ferramentas necessárias e faça isso em segurança.
Para começar, é preciso soltar o parafuso com uma chave em L, conforme está especificado no manual do proprietário. Descubra de que lado está o polo negativo e solte o cabo dele primeiro. Depois, você pode soltar o cabo do polo positivo. Lembre-se, porém, que na hora de colocar a nova você deve fazer o processo inverso, ou seja, primeiro o positivo e depois o negativo.
Limpeza e substituição do filtro do ar-condicionado
Se o seu carro tem a comodidade do ar-condicionado, você pode e deve fazer a manutenção dele, que é bastante simples. Não se esqueça que a limpeza de todo o sistema e a troca do filtro devem ser realizadas anualmente, mas esse prazo pode ser menor, especialmente se você vive em uma cidade muito poluída.
Restauração de farol ressecado
Quando os faróis do seu carro estão embaçados, muitas vezes é possível resolver o problema em casa, sem a ajuda de uma oficina especializada. Para começar, você tem que descobrir se o problema é interno ou externo.
Se for por fora, você pode simplesmente restaurar a peça usando uma lixa d’água e uma massa de polimento. Só deve cuidar para que não acabe afetando a pintura do veículo. Mas se o farol estiver embaçado por dentro, talvez ele tenha uma rachadura e, nesse caso, vai ser melhor comprar um novo e fazer a troca.
Outras manutenções, conforme o motorista adquire experiência
Quanto mais interesse você tiver no seu carro e mais manutenções fizer, maior será a sua segurança para realizar outros reparos, algumas vezes mais complexos. Entre eles, estão:
- troca de mangueiras;
- substituição de velas de ignição;
- troca do alternador;
- substituição da bonina da ignição.
Verificação de sistemas e peças
Muitas vezes, há coisas que você não precisa aprender a fazer sozinho, mas deve pesquisar e observar para que consiga identificar possíveis falhas e levar ao mecânico na hora certa. Veja algumas dessas situações:
- sistema de freio: qualquer ruído diferente ou mudança na pressão que você usa para acionar o pedal pode ser indicativo de que uma peça deve ser trocada;
- fluido de direção hidráulica: se o seu carro tem direção hidráulica, mas começou a ficar difícil de fazer manobras pode ser hora de verificar e trocar o fluido;
- alinhamento: quando o carro começa a puxar para um lado ou para o outro na pista, é melhor verificar o alinhamento e aproveitar para fazer, também, o balanceamento dos pneus;
- sistema elétrico e luzes: pisca, luzes de ré, de freio e faróis devem ser sempre verificados para a troca, caso estejam queimados.
Onde aprender a mecânica básica?
Existem alguns cursos básicos de mecânica que podem ser fundamentais para quem quer conhecer mais esse meio e fazer a sua própria manutenção de carro. Um dos mais conhecidos e confiáveis deles é oferecido pelo Senai (Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial), que pode ser feito pela internet e é gratuito.
No curso Noções Básicas de Mecânica Automotiva, você poderá aprender sobre os principais componentes do motor do seu veículo, entender como eles funcionam e conhecer mais sobre as forças físicas e os mecanismos envolvidos no funcionamento de um veículo.
A capacitação pode ser feita por pessoas com qualquer nível de formação e em diferentes áreas de conhecimento. Entre os temas estão sistemas de suspensão e de rodas, freios, direção, transmissão mecânica e alimentação.
Há muitos outros oferecidos por instituições de ensino em todas as regiões do país, tanto na modalidade de ensino a distância quanto presenciais. Muitos deles são gratuitos, mas também há aqueles que cobram uma taxa.
Uma opção, dependendo do que você deseja aprender, é assistir a tutoriais de conserto de veículos na internet. Há muitos vídeos com esse tipo de conteúdo disponíveis na rede, além de blogs especializados no assunto. Nesse caso, ainda vale a dica de que é preciso ter um conhecimento mínimo sobre o seu caso antes de abrir o capô e tentar fazer a manutenção por conta própria.
Quando chamar um mecânico?
Você pode até conhecer bem o seu carro e ter boas noções da mecânica dele. Mas há algumas situações de risco em que simplesmente o melhor a fazer é procurar o mecânico. Isso porque, muitas vezes, podemos mexer em alguma peça que pode piorar a situação e colocar o seu veículo em risco. Veja quais são os casos em que só uma oficina pode resolver o seu problema, a partir de agora.
Sistemas de segurança
Se o item que estiver com problemas tiver qualquer relação com a segurança do seu veículo, lidar com isso por conta própria não é recomendável. Os casos mais comuns referentes a isso são os sistemas de suspensão e de freios, de direção e airbags. Tentar mexer neles sem o conhecimento técnico adequado pode, inclusive, colocar a sua vida e a dos seus passageiros em risco, portanto não vale a pena arriscar.
Outra peça que não deve ser mexida pelo proprietário do veículo é a correia dentada, essencial para que o motor funcione adequadamente. O problema, aqui, é que se ela não for bem instalada, você pode ter o motor fundido, um prejuízo que ninguém gostaria de ter. O mesmo vale para o sistema de transmissão, que costuma ser complexo, e o de arrefecimento.
Injeção eletrônica
Lembra-se de que falamos dela logo no começo deste artigo? A injeção eletrônica veio para substituir os carburadores. Até existem, atualmente disponíveis no mercado, equipamentos capazes de fazer a leitura e o diagnóstico de problemas nesse sistema. Mas ele é tão complexo, que os scanners podem passar aos mais leigos informações imprecisas sobre as razões para o defeito na injeção e isso pode ocasionar uma dor de cabeça para o motorista.
Acontece que quando o sensor aponta que há falhas, isso pode se dar por motivos diversos, como:
- falhas no circuito do aquecedor de oxigênio;
- defeito no catalisador;
- acúmulo de sujeira;
- uso de combustível adulterado, entre outros.
Como a luz acesa no painel pode indicar uma série de problemas diferentes, o ideal é levar o carro a uma boa oficina mecânica. Assim, é indicado pedir que o profissional faça uma análise detalhada em cada peça do sistema para detectar a causa e fazer o devido reparo ou troca de peça, se for o caso.
Na dúvida, opte por um profissional
Diante de tudo o que você leu até agora, o importante é que você descubra quais são os reparos dos quais você pode dar conta e quais são aqueles que é melhor deixar para um profissional qualificado. Muitas vezes, o conserto mal feito pode tornar-se perigoso, em especial se você tiver que lidar com componentes elétricos ou com sistemas sofisticados para os quais não está preparado para resolver.
A manutenção de carro feita por uma oficina mecânica de confiança deixará você mais seguro nos casos em que há maior complexidade, além de buscar as peças mais adequadas para substituição, fabricadas por empresas conceituadas e que vão garantir que você trafegue com seu veículo sem sustos.
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