Com o passar dos anos e a evolução do mercado automotivo, novas tecnologias puderam ser adicionadas aos veículos, tornando-os mais eficientes, seguros e confiáveis. Nesse contexto, por exemplo, destacam-se as evoluções do sistema de freio, que, atualmente, atuam em conjunto com modernos módulos de ABS e EBD. Com estes destaques e pensando em alta performance, precisamos nos atentar para as causas da baixa eficiência do sistema de freios do veículo.
Embora a tecnologia tenha avançado, e os sistemas de freio tenham ficado mais eficientes, a necessidade de manutenção permanece como medida essencial para o bom funcionamento desse sistema, independentemente das circunstâncias. Isso porque é preciso evitar ocasionamento de riscos graves à segurança dos seus ocupantes. Logo, estar atento a essa situação é uma medida indispensável para você que é proprietário de um.
Pensando nisso, convidamos a Juliana Favero, Engenheira de Aplicação da Fras-le, para esclarecer quais são as principais causas da baixa eficiência do sistema de freio e como agir diante desse problema. Acompanhe!
Como funciona o sistema de freios do veículo?
Independentemente do tipo de freio presente no veículo, a função básica desse sistema é permitir o controle da velocidade pelo motorista, mantendo-a de acordo com as condições de tráfego. Para isso, o sistema tem como princípio de funcionamento a utilização da força de atrito, a qual é gerada pelo contato das pastilhas/lonas com o disco ou tambor de freio, a depender do tipo de sistema.
Por que a manutenção dos freios é tão importante?
O sistema de freio é um item de grande influência na segurança do veículo, sendo responsável por garantir a sua dirigibilidade. Assim, os freios precisam apresentar uma performance adequada, considerando as mais diferentes condições de aplicação, o que inclui, por exemplo:
- pistas secas e molhadas;
- veículos carregados e descarregados;
- pastilhas novas ou em fim de vida;
- durante frenagens leves ou descidas íngremes, que elevam consideravelmente a temperatura do sistema;
- acionamento em retas ou em curvas;
- diversas condições de vias, entre outros.
Como a condução de um carro é imprevisível, de modo que não se sabe quando será necessário utilizar os freios de forma mais brusca e severa, o sistema precisa estar apto a funcionar com segurança e eficiência em qualquer circunstância.
O que provoca a baixa eficiência do sistema de freios do veículo?
Juliana Favero afirma que existem diversos motivos que podem contribuir para a baixa eficiência de frenagem. Confira, a seguir, os principais deles!
Falha no servo freio
O servo freio ou hidrovácuo é o componente responsável pela amplificação da força aplicada no pedal de freio pelo motorista. Assim, o correto é que o motorista necessite aplicar uma pressão leve ou moderada no pedal de freio.
No entanto, caso o servo freio esteja danificado — que pode ocorrer devido ao desgaste natural dos componentes em utilização —, o motorista perceberá uma maior dificuldade na frenagem. Assim, passará a exigir mais força ao pressionar o pedal. Além disso, pode ter a sensação de “pedal esponjoso”.
Juliana reforça que, caso o motorista perceba qualquer um desses sinais, é necessário procurar um mecânico que tenha conhecimento de freios para realizar a verificação do sistema imediatamente.
Desgaste do cilindro mestre
O cilindro mestre é responsável pela pressurização do fluido e também pelo seu direcionamento para os diferentes freios do veículo. Dessa forma, a vedação correta do cilindro mestre é o que garante grande parte da capacidade de frenagem.
Com a utilização do veículo, é natural que ocorra desgaste nesse componente, principalmente nas vedações. O sintoma mais evidente em veículo do desgaste das vedações do cilindro mestre é a descida do pedal até o final de curso.
Vazamento na linha hidráulica
A linha hidráulica é composta por tubulações rígidas e flexíveis, e é responsável por conectar o cilindro mestre aos diferentes freios do veículo. Com o tempo, essas tubulações podem sofrer degradação por vários motivos, dentre eles a corrosão, apresentando fissuras que geram vazamentos.
Caso ocorra esse tipo de problema, é bastante comum que o motorista perceba um aumento no curso do pedal de freio. Além da perda de capacidade de frenagem do veículo, a depender do grau do vazamento existente no sistema.
Bolhas de ar na linha de fluido de freio
Em qualquer situação em que a linha de fluido pressurizada é aberta, seja para alguma manutenção, seja para a troca do fluido de freio, é necessário realizar a sangria do freio. A sangria é um processo que tem o objetivo de retirar as bolhas de ar que podem estar presentes nas linhas de fluido pressurizadas, assim garantindo um “feeling” de pedal adequado e a máxima performance do freio.
Quando bolhas de ar estiverem presentes no sistema, o motorista tende a perceber que o pedal está esponjoso, além de notar que o freio está com menor performance, ou seja, precisa de mais distância de parada.
Fluido de freio com perda de propriedade
Assim como os outros componentes do sistema, o fluido de freio também apresenta perdas das suas propriedades à medida que o veículo é utilizado. Ele é um componente muito importante para manter o desempenho de frenagem, uma vez que é o responsável por transmitir a pressão aplicada até os cilindros de freio.
Desse modo, Juliana Favero destaca que a recomendação é que seja realizada a troca do fluido a cada 10.000 km ou, pelo menos, uma vez ao ano.
Pastilhas/lonas de baixa qualidade
As pastilhas/lonas são os componentes que entram em contato com o disco/tambor, gerando a força de atrito responsável pela redução de velocidade do veículo. Dessa forma, são componentes essenciais para garantir uma performance adequada de frenagem.
Como já destacado, os freios precisam apresentar uma performance adequada nas mais diferentes condições. Por isso, é muito importante escolher pastilhas/lonas de boa procedência, fabricadas por empresas confiáveis.
É necessário também avaliar o custo-benefício de cada fabricante, sendo o principal de seus fatores a durabilidade. A escolha de marcas que oferecem produtos com preço abaixo do mercado pode acarretar uma durabilidade muito inferior. Assim, geram a necessidade da troca do produto em um período muito mais curto.
O que deve ser feito em caso de baixa eficiência do sistema de freios do veículo?
Caso esteja comprovada a baixa eficiência do sistema de freios do veículo através de um dos sianais listados, Juliana afirma que a ação mais recomendada é procurar um reparador automotivo ou uma oficina mecânica. Nestes casos realize a inspeção do sistema e, caso seja necessário, fazer a manutenção.
Indo além, ela ainda pontua que a substituição dos discos e tambores, bem como das pastilhas e das lonas, são imprescindíveis quando estão próximos do final de vida. Nesse sentido, o ideal é realizar a verificação das condições desses componentes a cada 5.000 km.
Já no caso do fluido de freio, como comentamos, a recomendação é que a troca seja feita a cada 10.000 km ou, pelo menos, uma vez ao ano. Além disso, é importante que o motorista esteja sempre atento aos sinais que o seu carro dá, como:
- ruídos agudos durante a frenagem (vale ressaltar, que nem sempre ruído demonstra baixa eficiência, precisa ser analisado caso a caso);
- pedal de freio baixou ou pesado;
- trepidação no volante e/ou no pedal durante a frenagem;
- luz indicativa no painel.
Baixa eficiência dos sistemas de freios do veículo necessita de um diagnóstico preciso
Como vimos, a baixa eficiência dos sistemas de freios do veículo está relacionada a diferentes fatores. Por isso, contar com o auxílio de um profissional é fundamental para um diagnóstico preciso da falha e uma reparação adequada. Além disso, o uso de componentes de peças de qualidade faz toda a diferença na questão da durabilidade e da eficiência do sistema. Lembre-se disso!
Agora que você já sabe o que pode causar a baixa eficiência dos sistemas de freios do veículo, não pare por aqui. Aproveite e saiba, em nosso outro artigo, como identificar se o fluido de freio do carro está baixo.