Desgaste da pastilha de freio: como evitar que ocorra de forma prematura?

O desgaste da pastilha de freio é um efeito natural em todos os veículos que utilizam freios de fricção. O atrito entre pastilhas e disco é o responsável por gerar o torque necessário para frear o veículo, porém o atrito também produz, pelo menos, dois efeitos colaterais:

·      A geração de calor, que nada mais é do que a conversão da energia cinética (do movimento do veículo) em energia térmica, o que aumenta a temperatura dos freios; e

·      O desgaste dos componentes em fricção (no caso dos freios a disco: pastilhas e discos).

É importante entender que o desgaste da pasrilha de freio não é uma exclusividade do sistema. Ele ocorre em qualquer componente que esteja submetido à fricção. Em automóveis, podemos apresentar alguns exemplos bastante comuns, como: o desgaste de pneus, de rolamentos, de correias, de limpadores de para-brisas e etc. Ainda assim, os materiais compósitos utilizados nas pastilhas de freio são desenvolvidos objetivando, além da segurança da frenagem, uma taxa de desgaste relativamente baixa tanto para pastilhas quanto para os discos.

Pensando nisso, resolvemos elaborar um conteúdo completo sobre o assunto. Nele, mostraremos como evitar o desgaste acelerado nas pastilhas de freios, aumentando a vida útil dessa peça e de todo o sistema. Continue lendo!

Como a pastilha de freios funciona e qual a sua importância?

Explicamos no início do texto que a pastilha de freio tem como função produzir atrito em contato com o disco, e assim desacelerar o veículo até ele parar completamente. A maior parte dos veículos é equipada com freios a disco no eixo dianteiro e freios a tambor no eixo traseiro, mas há uma tendência pelo uso de freios a disco nas quatro rodas, uma vez que estes apresentam maior estabilidade de frenagem. De qualquer maneira, as dicas deste texto também se aplicam aos freios a tambor.

As pastilhas são compostas de uma base metálica, que chamamos de plaqueta. A plaqueta dá suporte ao material de fricção, que é um material compósito. Chamamos de compósitos os materiais produzidos pela união de diferentes materiais, com o objetivo de se obter propriedades otimizadas. É do material de fricção a responsabilidade de atritar contra o disco e, portanto, esta é a parte da pastilha que sofre desgaste. Como se trata de uma peça relacionada à capacidade de um veículo parar, é fundamental ter cuidado com ela. Discorreremos sobre isso no próximo tópico.

Quais são os principais cuidados para evitar o desgaste da pastilha de freio?

Agora que você entendeu a importância da pastilha de freios, mostraremos quais as dicas para diminuir o desgaste. Continue lendo!

Evite forçar os freios na descida

São em declives, sejam pequenas ladeiras ou longas descidas de serras, que os freios são bastante exigidos para controlar a velocidade do veículo. E, como vimos anteriormente, o sistema de freios aumenta sua temperatura quando os freios são aplicados. Logo, são nestas condições de rodagem em declives que os freios atingem as temperaturas mais altas.

Com relação ao desgaste das pastilhas de freio, é correto afirmar que quanto mais quente o freio estiver, maior será a taxa de desgaste. Isto ocorre porque o compósito de fricção utiliza resinas e outros materiais orgânicos que tendem a apresentar degradação quando em temperaturas elevadas.

Por esta razão, pode-se esperar uma taxa de desgaste maior para o material de fricção quando em descidas.

Um cuidado que você pode adotar é evitar sobrecarregar os freios em ladeiras. Para isto, uma boa prática é manter o veículo engrenado e, se possível, reduzir marchas – é o chamado freio motor. O uso do freio motor reduz a necessidade de utilização dos freios, minimizando o aquecimento e preservando a integridade do material de fricção.

Evite freadas bruscas e consecutivas

Assim como no caso anterior, mais uma vez a temperatura dos freios determina uma maior ou menor taxa de desgaste para as pastilhas.

Quando os freios são acionados, calor é gerado e a sua temperatura aumenta. Porém, ao mesmo tempo que a temperatura sobe, o calor gerado começa a ser dissipado para o ambiente. O problema é que este fenômeno de dissipação do calor dos freios é muito mais lento do que a entrega de energia para os freios durante as frenagens.

Vamos a alguns exemplos:

·      Sempre que o automóvel é freado bruscamente, toda a energia (calor) gerada pela frenagem é entregue aos freios de uma vez só. Como processo de dissipação do calor é lento, a energia acumulada nos freios resulta em uma elevação da temperatura e, por consequência, maior taxa de desgaste das pastilhas.

·      A temperatura dos freios também pode aumentar bastante quando os freios são aplicados consecutivamente, sem um intervalo adequado para a sua refrigeração. Frenagens consecutivas normalmente são necessárias quando o motorista está com pressa, e tende a acelerar mais forte mesmo quando o trânsito está carregado. Nestas condições, haverá muitos eventos nos quais será necessário solicitar os freios, seja para controlar a velocidade, ou a distância para com o carro da frente, ou ainda as sucessivas paradas impostas pela dinâmica do trânsito (semáforos, placas de “Pare”, lombadas, etc). Também é provável que, nestas condições de condução, aumente a necessidade de se executar freadas bruscas.

A recomendação para um aumento da durabilidade e evitar o desgaste das pastilhas de freio é que as frenagens sejam feitas, sempre que possível, de forma mais amena. Com o motorista tentando se antecipar à necessidade de aplicar os freios e então fazendo-o com menos pressão sobre o pedal (se já estamos vendo o semáforo no vermelho, não precisamos esperar chegar até ele para só então aplicar os freios, podemos começar este processo antecipadamente). Esta prática permite mais tempo para que os freios administrem a dissipação de calor e ajuda a preservar as pastilhas.

Tenha atenção aos sinais estranhos do sistema de freios

Assim como o corpo humano, antes de apresentar algum problema mais sério ele emite vários sinais. Algo similar pode acontecer com o seu veículo, inclusive com o sistema de freios.

Nesse caso, você deve avaliar, basicamente, dois sinais. Primeiro, a ocorrência de ruídos anormais quando o pedal de freio é acionado. Barulhos estranhos normalmente indicam que alguma coisa não está bem. Pode, inclusive, ser um indicativo de que a pastilha de freio já chegou ao final de sua vida e necessita substituição.

Outro sinal muito importante de ser observado são vibrações (trepidação) ao frear, que podem ser percebidas no pedal de freio ou até mesmo no volante. O sintoma pode ter muitas causas, como problemas de suspensão, pneus e, em alguns casos, pode estar associado ao empenamento dos discos de freio ou ovalização dos tambores.

Seja por um ruído estranho ou por uma trepidação anormal, considere levar o veículo para uma revisão em seu mecânico de confiança e assim garantir que ele rode com segurança.

Qual a importância de apostar no aumento da vida útil da pastilha de freios?

É uma questão de economia! Apostar nos cuidados com a pastilha de freio faz com que você postergue o momento de fazer trocas e manutenção no sistema. Logo, evita desembolsar dinheiro na compra de novas peças. Além disso, todos os cuidados indicados para aumentar a durabilidade das pastilhas também ajudam a preservar os discos de freio e tambores, e a economizar combustível.

Como você pode perceber, reduzir o desgaste das pastilhas de freio não é tão complicado quanto parece. Quem usa muito o seu veículo precisa ter cuidado com esse e outros elementos do automóvel. A falha na manutenção e observação dela pode gerar problemas mais complexos.

Se você gostou dessas dicas e quer saber mais sobre o assunto entre em contato conosco. Assim, mostraremos na prática como a pastilha de freios do seu carro pode ser protegida. 

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