Pastilha vitrificada: o que é, como identificar e resolver no seu sistema de freio
A pastilha vitrificada é uma das falhas mais críticas no sistema de freio e deve ser identificada com precisão para evitar riscos. Esse problema ocorre com mais frequência do que se imagina, principalmente em veículos submetidos a condições severas de uso ou manutenção inadequada.
Com a leitura deste conteúdo, você vai entender o que é pastilha vitrificada, como reconhecer os sinais e quais medidas tomar. O objetivo é ajudar profissionais da mecânica a resolver esse tipo de falha com segurança e eficiência. Siga conosco!
O que é pastilha vitrificada?
A pastilha vitrificada é um componente de freio que sofreu uma alteração na sua estrutura superficial, criando uma camada dura e brilhante que compromete a sua capacidade de atrito.
Esse fenômeno ocorre quando a pastilha é submetida a temperaturas excessivamente altas por tempo prolongado, causando a queima da resina presente em sua composição e a formação de uma superfície vidrada.
Essa vitrificação reduz drasticamente a eficiência do sistema de frenagem, gerando insegurança, maior desgaste de outras peças e um possível comprometimento da dirigibilidade. É um problema silencioso, que pode passar despercebido se não houver inspeção visual ou sensibilidade durante o uso do freio.
Em veículos de uso severo, como os que operam em trajetos urbanos intensos ou com excesso de carga, esse efeito tende a ocorrer com maior frequência. O atrito constante sem pausas adequadas para resfriamento acelera o processo de vitrificação.
Quais são os sinais de pastilhas vitrificadas?
Identificar pastilha de freio vitrificada: sintomas mais comuns inclui observar mudanças no comportamento do freio e atentar-se a ruídos específicos. Entre os principais sinais estão:
- aumento da distância de frenagem;
- sensação de freio “duro” ou ineficiente;
- ruído agudo ao frear, como um assobio ou rangido;
- disco com marcas de brilho excessivo ou tonalidade azulada;
- superaquecimento frequente dos freios em uso normal.
Esses sintomas indicam que a camada vitrificada está impedindo o atrito adequado entre a pastilha e o disco, prejudicando a frenagem e exigindo ações corretivas imediatas.
O motorista também pode perceber uma perda de sensibilidade no pedal, exigindo mais força para obter o mesmo efeito de frenagem. Em situações extremas, essa perda de eficiência pode ser suficiente para comprometer a segurança em manobras bruscas.
Por que as pastilhas vitrificam?
A vitrificação acontece, principalmente, por superaquecimento. Isso pode ocorrer em condições severas de uso ou quando o sistema de freios não está dimensionado corretamente. Algumas causas frequentes que causam o fenômeno são as seguintes:
- frenagens prolongadas e repetitivas, como em descidas longas;
- uso de pastilhas de baixa qualidade, que não suportam altas temperaturas;
- falta de “assentamento” correto das pastilhas novas;
- ineficiência do freio traseiro;
- disco de freio desgastado ou empenado, que compromete o contato homogêneo.
Além disso, veículos com manutenção deficiente, como pinças travadas ou sistema hidráulico com fluido vencido, também podem contribuir para o superaquecimento e, consequentemente, para a vitrificação das pastilhas.
A combinação de componentes desgastados e má aplicação pode reduzir significativamente a vida útil do sistema de freios como um todo.
Por “má aplicação”, estamos falando do uso de pastilhas incompatíveis com o tipo de veículo, instalação incorreta sem o devido assentamento inicial ou o reaproveitamento inadequado de discos desgastados. Esses erros comprometem o desempenho do freio, aceleram o desgaste e aumentam o risco de vitrificação precoce.
Compreender essas causas é essencial para orientar o cliente, ajustar a aplicação do sistema e prevenir a recorrência do problema.
Como reaproveitar pastilhas vitrificadas?
Em alguns casos, é possível reaprioveitar a pastilha vitrificada, dependendo do nível de vitrificação. Para isso, siga os seguintes passos:
- Remova as pastilhas e faça uma inspeção visual: se a camada vitrificada for superficial, ainda há chances de recuperação;
- Utilize uma lixa de grana 80 ou 100 para remover a camada vidrada com cuidado e uniformidade;
- Verifique se a espessura da pastilha ainda está dentro dos limites seguros para uso;
- Lixe levemente a face do disco, se estiver com brilho ou marcas circulares;
- Reinstale as pastilhas e faça o assentamento progressivo, evitando frenagens bruscas nas primeiras utilizações.
Esse procedimento deve ser feito apenas se o desgaste da pastilha permitir e não houver riscos para o desempenho do freio. Caso contrário, a substituição é a escolha mais segura. Durante a manutenção, também é indicado verificar o estado da pinça e lubrificar os pinos guias, garantindo a movimentação adequada e o retorno das pastilhas após a frenagem.
Quando é necessário substituir as pastilhas?
Quando a vitrificação compromete toda a superfície de contato ou se as pastilhas já estão próximas do limite de desgaste, a substituição é a única alternativa segura. Pastilhas com vitrificação profunda não garantem aderência adequada ao disco e mantêm o risco de superaquecimento e falha na frenagem.
Ao substituir, é importante seguir boas práticas:
- escolha pastilhas de qualidade comprovada e adequadas ao tipo de veículo;
- realize o assentamento correto, com frenagens leves e progressivas nas primeiras utilizações;
- verifique o estado dos discos e, se necessário, faça a substituição;
- oriente o cliente sobre os cuidados com o sistema de freios para evitar vitrificações futuras.
A atenção a esses detalhes garante maior durabilidade dos componentes e segurança para o veículo. Sempre que possível, opte por pastilhas com coeficiente de atrito estável e resistência térmica elevada, especialmente para veículos que enfrentam uso severo.
Ao compreender o que é pastilha vitrificada e agir com precisão nos diagnósticos, a oficina fortalece sua reputação técnica. A prevenção e a aplicação correta de componentes aumentam a segurança do sistema e reduzem retrabalhos. Conhecimento, atenção aos detalhes e boas práticas fazem toda a diferença no desempenho e durabilidade de todo o sistema de frenagem.
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