Quando abrimos a tampa do capô de um carro, há dois tipos de impacto que essa ação provoca. O primeiro, e mais comum, é aquele que nos leva a verificar o nível do óleo e completar a água. Essas são ações que fazemos quase automaticamente, de tão disseminada a sua necessidade. O segundo é o que assusta. Costuma aparecer nos momentos em que o carro apresenta algum problema. O medo é que seja mal funcionamento do motor e a imagem que vemos nos leva a pensar: onde vai dar esse labirinto de peças?
É por isso que vale a pena ter um conhecimento básico sobre a mecânica do seu carro. Claro, o cuidado de um especialista sobre o assunto é indispensável, mas não custa aprender um pouco sobre como ocorre a combustão, quais são as peças envolvidas, as diferenças entre os tipos de motor etc.
Dessa forma, será mais interessante escolher um carro que atenda às suas necessidades, evitando que ocorram defeitos causados pelo uso inadequado.
Neste guia, vamos fazer um raio x do motor para ajudar você a compreender melhor esse importante componente dos veículos. Acompanhe!
O que é o motor?
Calma, não estamos subestimando os seus conhecimentos sobre carros, mas um guia não seria completo se não tivesse essa definição, certo? O coração do seu veículo é o responsável por transmutar energia em movimento. Para isso, ele usa a combustão interna, transformando a queima do combustível na ação de deslocamento.
Não importa qual é o tipo de motor a combustão: em todos os casos, serão necessários três elementos básicos para o seu funcionamento:
- ar;
- combustível;
- gatilho para explosão.
Esse gatilho é causado pela vela, se for um motor de ciclo Otto (que usa GNV, etanol ou gasolina), liberando a faísca e gerando a explosão no cilindro. Já os motores a diesel têm a explosão causada pela temperatura elevada aliada à compressão dos gases dentro do cilindro. Ambos são motores de 4 tempos. E você sabe o que é isso?
Nada mais do que a quantidade de etapas seguidas pelo motor para que a energia seja gerada e transformada em movimento. A primeira é chamada de admissão, quando ocorre a mistura do combustível e do ar, entrando no cilindro. Depois, vem a compressão: a mistura é comprimida ao máximo pelo movimento do pistão para cima.
Na terceira etapa ocorre a explosão, quando o gatilho levará à fase final, de movimento. Os gases expandidos forçam a descida do pistão que os comprimia, gerando a energia que percorre as bielas, o virabrequim e o câmbio até chegar às rodas. O que sobra desses gases sai pelo escapamento.
Por que o motor para um combustível não funciona com outro?
Tanto a gasolina quanto o etanol são capazes de promover a combustão necessária para gerar energia e colocar o carro em movimento. Sendo assim, por que é que um motor não aceita o uso de outros tipos de combustível?
A diferença se deve, principalmente, à composição química de cada produto desse tipo. Para se ter uma ideia, a gasolina exige menos calor para virar vapor e se misturar ao ar do que o etanol.
Portanto, o uso da gasolina em um motor a álcool, por exemplo, pode causar o chamado “bater pino”, bem prejudicial ao motor. Isso, porque a explosão se dará antes do envio da centelha pela vela. Já no sistema a gasolina, o etanol não será aquecido o suficiente para gerar a detonação.
No caso do diesel, os motores que o utilizam trabalham de forma bem diferente para promover a combustão. Neles, a combustão não é feita por meio da tradicional vela, que gera a centelha, e sim devido à alta temperatura do ar dentro do cilindro, inflamando o produto assim que ele é injetado.
Mas e os carros flex?
É bem verdade que, hoje, existem os carros flex, que funcionam perfeitamente quando abastecidos tanto com etanol como com gasolina. Inclusive, com a mistura desses dois combustíveis em qualquer proporção. Nesse tipo de motor, o que acontece é que existe toda uma tecnologia embarcada no sistema de injeção, o qual trabalha em conjunto com o motor.
Assim, nos carros flex, os gases emitidos pela combustão da gasolina ou do álcool passam pela análise de um sensor inteligente antes de promover a explosão. O software recebe os dados sobre a quantidade de etanol presente no tanque e ajusta, automaticamente, a quantidade de ar e de combustível necessária no cilindro. Assim, a faísca será promovida na hora certa, garantindo a potência máxima ao carro.
Quais são os tipos de motor?
Até aqui, a explicação sobre o funcionamento do motor foi bem básica e fácil de ser compreendida, certo? A partir de agora, entraremos em uma verdadeira sopa de letrinhas e números. Estes, combinados, poderão ajudar você a escolher melhor os seus próximos carros, de acordo com seu uso e necessidades.
Tipos de motor segundo a alimentação
Se considerarmos o tipo de alimentação, teremos dois motores, conforme a seguir:
- aspirado: é aquele que puxa o ar usando o vácuo causado pela movimentação dos cilindros;
- sobrealimentado: usa um equipamento para puxar mais ar para dentro do motor, como o compressor de ar mecânico e o turbocompressor.
Tipos de motor segundo a disposição dos cilindros
A partir de agora, entraremos naqueles termos que parecem complicados para quem não conhece o funcionamento do motor. Você verá que não é tão difícil compreender as diferenças!
Em linha ou vertical
Esses motores se diferem de acordo com a quantidade de cilindros, que varia de dois até oito. Os carros mais conhecidos e vendidos costumam ter de quatro a seis cilindros, alinhados de forma longitudinal (daí o nome). Também pode ser chamado de vertical por causa da posição dos pistões, que ficam de pé.
Em V
Os cilindros são posicionados no motor de modo inclinado, formando o ângulo que dá nome a esse tipo de motor. Você, provavelmente, verá mais carros com a denominação V8 circulando por aí, pois são os mais vendidos.
Isso significa que ele tem 8 cilindros em V. Já os mais potentes são os V12. Minivans, picapes e utilitários, além dos carros esportivos, costumam ter esse tipo de motor.
Em W
Aqui, a denominação também tem a ver com o posicionamento dos cilindros, formando ângulos que lembram a letra W. A diferença dele para o motor em V é que a quantidade de cilindros pode ser aumentada. Um exemplo de veículo com esse tipo de motor é o Bugatti Veyron, com nada menos que W16.
Boxer ou deitado
Já deu para perceber que é a posição dos cilindros que determina o nome do tipo de motor, certo? Nesse caso, então, os cilindros ficam na horizontal. Você vai encontrar o motor boxer nos carros luxuosos esportivos, como o Porsche, mas ele também foi usado por muitos anos em um dos grandes queridinhos dos brasileiros: o Fusca.
Como analisar a potência do motor?
Muitas vezes, usamos a palavra “potência” sem saber bem a função dela no motor do carro. Trata-se da capacidade que ele tem de executar a tarefa de movimentar o veículo em um determinado tempo. Quanto mais potência, menor deve ser o tempo. Essa relação se dá entre a quantidade de rotações (ou ciclos dos cilindros) e o torque.
A questão é: o motor deve conciliar potência e torque para ser mais eficiente. Para entender melhor, é preciso saber que o torque está relacionado à força que o cilindro é capaz de gerar para movimentar o carro. Se o cilindro for grande, poderá gerar movimento usando rotações mais baixas.
Para elevar o torque, os ciclos dos cilindros têm que ser maiores, e isso acaba reduzindo a quantidade de rotações. Por outro lado, se você aumentar o giro, não haverá tempo suficiente para os cilindros completarem seu ciclo, baixando o torque.
Parece complicado e é: o que queremos dizer é que somente a potência não basta para garantir o bom desempenho do veículo. É preciso considerar, também:
- medidas das rodas;
- peso total do carro;
- aerodinâmica;
- eficiência energética etc.
Assim, o melhor é que você avalie todas as letras e números que compõem o funcionamento do motor do carro. Veja quais são a partir de agora.
Cilindradas
Medidas em centímetros cúbicos (cm³), as cilindradas se referem ao volume da mistura de ar e combustível que os cilindros são capazes de absorver. Por exemplo: um veículo de 1.000 cilindradas que tenha quatro cilindros receberá 250 cm³ de cada.
Nos carros mais novos de 1.000 cilindradas, a capacidade de cada um dos três cilindros é de 333 cm³. Assim, eles apresentam maior torque do que aqueles que tinham quatro cilindros.
Vale lembrar, porém, que quanto mais cilindradas, mais combustível é consumido. Assim, os carros usados dentro da cidade são mais econômicos se tiverem cilindradas mais baixas. Quem pega mais estrada deve optar pelos que têm mais de 1.600 cilindradas, por causa do melhor desempenho nas velocidades mais altas.
Litros
Aqui, estamos falando dos carros 1.0, 1.4, 1.6 ou 2.0. Os números se referem, também, às cilindradas, mas, em vez de usar a medida em cm³, ela é apresentada em litros. No exemplo anterior, portanto, o carro com 1.600 cilindradas é o que chamamos de 1.6.
Cavalo-vapor
Quando falamos na potência do veículo, provavelmente, virá à sua cabeça a sigla CV, criada por James Watt no fim do século 18. A intenção dele era comparar o desempenho dos cavalos usados para transporte até então com o dos motores a vapor que ele desenvolveu.
Assim, o CV considera a distância, o tempo e o peso para determinar qual peso o motor consegue movimentar em uma velocidade maior. Nos dias de hoje, a conta é assim: a cada 1 CV, podem ser erguidos 75 quilos a uma distância de um metro em um segundo.
Horse-power
Mais uma vez, a comparação, aqui, é com o cavalo. A medida HP também foi criada por James Watt, usando pés e libras para medir o peso e a distância, de acordo com o sistema inglês. O CV, portanto, converte o HP, que foi originalmente criado por ele, usando o Sistema Internacional de Unidades.
Válvulas
São elas que promovem a entrada do ar e a saída dos gases de queima dos cilindros. Portanto, quanto maior a quantidade de válvulas por cilindro, mais rapidamente é feita a troca de gases.
Um carro com 16v rende mais quando é dirigido em alta rotação, pois perde torque quando usa as mais baixas. Assim, na cidade, o mais recomendado é ter um veículo 8v.
Quais problemas o motor pode apresentar?
Agora que você já conhece tudo sobre os tipos e o funcionamento do motor, chegamos ao momento que pode lhe parecer mais interessante. Isso, porque este tópico vai ajudar você a não se perder naquele labirinto que mencionamos, encontrado ao abrir o capô do seu carro.
Assim, é hora de conhecer alguns dos problemas mais recorrentes no coração do seu veículo e aprender os macetes para evitá-los.
Uma das situações mais comuns é o superaquecimento, geralmente, consequência de uma quantidade insuficiente de água no reservatório. Também estão relacionadas ao motor as falhas — ou o que chamamos de engasgo. Estas, normalmente, têm a ver com uso de combustível de má qualidade, entupimento dos bicos injetores, necessidade de troca da vela, acúmulo de sujeira no carburador ou na bomba de combustível etc.
Veja alguns sinais que o carro envia a você quando tem problemas no motor.
Acendimento da luz de óleo
É preciso criar o hábito de olhar o painel do carro e aprender a identificar o significado das luzes que se acendem nele. Um dos indicadores mais problemáticos é o acendimento da luz de óleo. Se isso acontecer, pare imediatamente o veículo, evitando que o motor se funda.
Para verificar o nível do óleo nesse caso, você deve esperar ao menos 5 minutos antes de retirar a vareta. Constatando que o nível está baixo mesmo, chame um guincho e mande o carro diretamente para uma oficina mecânica de confiança. Esse problema costuma acontecer quando a troca de óleo não é feita adequadamente ou quando há vazamento.
Acendimento da luz de injeção
O problema pode ser menos grave do que o baixo nível de óleo, mas costuma ser mais difícil de reconhecer. Quando a luz amarela da injeção acende, normalmente, o mecânico usa o computador para mapear o motor e identificar a causa. As mais comuns são falta de partida do motor e a perda de potência. Você pode levar o carro para a oficina sem um guincho, mas deve fazer isso o quanto antes.
A luz da injeção também pode acender quando há resíduos no sistema — os quais, muitas vezes, são provenientes de combustíveis de baixa qualidade — ou pela ocorrência de falhas nos filtros de combustível, que, nesse caso, devem ser substituídos.
Superaquecimento
Um dos problemas mais comuns em motores à combustão é seu superaquecimento. Caso você não saiba, os motores trabalham em temperaturas ideais — que costumam ser bem elevadas. No entanto, em determinadas situações, principalmente ocasionadas por falhas, o calor pode exceder, afetando não só o desempenho do motor, mas a sua estrutura em si.
Em geral, motores modernos são fabricados a partir de ligas metálicas leves. Alguns, inclusive, são feitos de alumínio. Assim, como qualquer material, os metais apresentam uma temperatura de fusão — que é quando eles começam a sair do estado sólido e vão para o estado líquido.
Assim, se, por alguma falha, o motor aquece de maneira descontrolada, sua estrutura pode se deformar devido ao calor, gerando sérios danos e, em casos extremos, sua total inutilização.
Esse superaquecimento é mais comum quando há vazamentos no sistema de arrefecimento do motor ou falhas com a válvula termostática, bomba d’água e eletroventilador. Em outros casos, pode estar associado a uma ineficiência na lubrificação interna — o que faz com que o atrito interno aumente — quando o óleo é de má qualidade ou está velho.
Fumaça em excesso no escapamento
Se o estiver saindo muita fumaça do escapamento do seu carro, é provável que ele esteja consumindo mais óleo do que deveria, por algum vazamento ou desgaste do motor. Dependendo do problema, pode ser que você comece a ouvir barulhos diferentes ou perceba uma perda de potência.
Essas falhas são mais comuns nos veículos com maior quilometragem e, normalmente, exigem que o motor seja retificado. O ideal, portanto, é procurar o seu mecânico de confiança.
Não desenvolvimento do motor
Muitas vezes, o motor pode perder a potência de uma hora para outra. Se isso ocorrer, mas nenhuma luz no seu painel tiver se acendido, talvez o problema seja mais simples do que você pensa. O mais provável é que você tenha sido vítima de fraude no posto de combustível, que abasteceu seu carro com produto de má procedência.
De toda forma, se o problema for recorrente e aparecer mesmo depois de ter abastecido em um estabelecimento de confiança, leve o carro a uma oficina. Com a utilização dos scanners, seu mecânico poderá identificar as razões para a falha com mais precisão.
Qual a importância de fazer revisões periódicas para garantir o bom funcionamento do motor?
Por se tratar de um componente mecânico, o motor é um dos elementos do veículo que merecem maior atenção por parte do motorista. Isso acontece porque, em geral, o simples uso do carro já desgasta o motor.
Por essa razão, é fundamental adotar uma rotina de revisões periódicas, de modo a garantir o seu perfeito funcionamento. Especialmente quando se trata de um motor já mais antigo ou que apresenta uma quilometragem elevada.
Hoje, grande parte das montadoras de veículos oferece garantia mais longa para componentes como motor e câmbio. Isso, porque as fabricantes já sabem que essas são peças mais duráveis. Contudo, esse direito quase sempre está condicionado à realização de revisões periódicas, seguindo um cronograma específico para cada tipo de veículo e que leva em conta o tempo ou a quilometragem.
Nesse sentido, é importante destacar que a realização das revisões é algo que deve ser feito ao longo de toda a vida útil do veículo. Mesmo que a garantia de fábrica já tenha se encerrado, é essencial ter uma rotina de manutenções preventivas, avaliando o estado do motor de tempos em tempos.
O que é avaliado nas revisões
As revisões são a forma mais eficiente e econômica que o motorista tem à disposição para garantir o bom funcionamento do seu carro. Nesses procedimentos, diferentes características do motor são avaliadas, como:
- o aspecto visual de toda a estrutura;
- presença de manchas de óleo e outros líquidos, o que pode indicar algum tipo de vazamento;
- instabilidade do motor dentro do cofre do carro, já que trepidações podem sinalizar algum tipo de falha;
- eventuais sons anormais e ruídos emitidos pelo motor;
- alterações na fumaça emitida pelo escape.
Em revisões aprofundadas, pode-se avaliar pontos mais técnicos, como:
- nível de performance do motor;
- consumo de combustível;
- compressão interna;
- temperatura de trabalho;
- pressão do óleo.
Em geral, as revisões periódicas são importantes para que se faça a identificação e/ou antecipação de possíveis falhas no motor do carro, prevenindo danos mais graves, por exemplo.
Além do mais, pode-se aproveitar esses momentos para substituir componentes desgastados e fazer a troca de óleo do motor — um cuidado que todo proprietário deve ter.
Como manter o bom funcionamento do motor?
Algumas atitudes podem fazer com que os problemas citados no tópico anterior sejam evitados. Muitas delas são simples e dependem apenas de uma boa manutenção preventiva.
Cuide bem da lubrificação
As muitas peças localizadas no motor do seu carro se movimentam para que ele funcione, provocando atrito entre os metais que as compõem. Se não for feita a lubrificação adequada, esse atrito pode causar danos e elevar a temperatura, fazendo com que ocorra a fundição delas.
No manual do proprietário, você vai conhecer todas as informações sobre a periodicidade com que deve ser feita a troca do óleo. Também é nele que você vai descobrir qual o tipo de produto ideal para o bom rendimento do seu veículo.
Utilize sempre combustíveis de boa qualidade
O combustível é um dos pontos mais importantes quando o assunto envolve a durabilidade do motor de um carro. Por isso, junto dos demais cuidados listados até aqui, é preciso que você esteja sempre atento à procedência do combustível colocado no carro, utilizando somente aqueles de bandeiras reconhecidas, testados e homologados pelos órgãos de controle.
Hoje, é muito comum a ocorrência de problemas no motor e no sistema de injeção em razão do uso de combustíveis adulterados. Além de apresentar uma pior performance, esse tipo de combustível pode gerar resíduos que, com o passar do tempo e uso prolongado, afetam de maneira bastante grave o funcionamento do motor.
Faça as trocas necessárias de filtros
Os filtros de ar, combustível e óleo também devem ser trocados periodicamente. Isso, porque eles são responsáveis por reter as impurezas que podem danificar o desempenho dos cilindros, do tanque de combustível e do fluido. Se esses detritos chegarem ao motor, podem afetar a sua performance e estragar outras peças.
Mais uma vez, a dica é que você preste atenção às informações sobre as trocas e revisões preventivas fornecidas no manual do proprietário. Certifique-se de que a oficina mecânica escolhida fará as substituições necessárias.
Fique atento à temperatura do motor
Temperaturas muito elevadas provocam a expansão das peças e favorecem o atrito entre elas. Isso pode fazer com que o sistema trave ou, como vimos acima, levar à fundição do motor. O painel do carro é seu maior aliado para a observação desse problema. Se a luz que indica a temperatura do líquido de arrefecimento acender, é hora de parar.
Isso, porque ele é a chave para que o sistema de resfriamento do veículo funcione. Assim como é preciso fazer a checagem do nível do óleo, crie o hábito de verificar a água e completar o reservatório nos momentos em que parar o carro para abastecer. Se perceber que as mangueiras estão rachadas ou furadas, leve o veículo ao mecânico para a troca.
Troque a correia dentada no prazo indicado
Você já deve ter ouvido falar na importância da troca da correia dentada nos prazos indicados pelo manual do proprietário. Isso é tão destacado porque ela é fundamental para o bom funcionamento do motor, mantendo o ritmo adequado de todas as peças que o compõem.
Se ela se quebrar enquanto você estiver dirigindo, colocará o motor em risco. Caso escute ruídos estranhos ao dirigir, pode ser que ela esteja com algum problema. A manutenção preventiva costuma incluir a troca dela ao se alcançar a quilometragem indicada.
Evite andar excessivamente em baixa rotação e não exceda o limite de giros
Se estiver em alta velocidade, mas usar uma marcha mais baixa do que a exigida pelo motor, ele será forçado excessivamente, o que acaba desgastando mais as peças e diminuindo a sua vida útil. O contrário também tem esse efeito. Portanto, evite ultrapassar as 3.500 RPM.
Veja qual costuma ser a velocidade ideal para a troca de marchas, de modo a prolongar a boa performance do seu carro:
- até 20 km/h: primeira;
- de 21 a 35 km/h: segunda;
- entre 36 e 45 km/h: terceira;
- de 45 a 60 km/h: quarta.
Não retire a válvula termostática
Caso você não saiba, a válvula termostática nada mais é do que um componente associado ao motor do carro que tem como função regular a sua temperatura enquanto estiver em funcionamento. Na prática, essa válvula abre e fecha à medida que a temperatura do motor varia. Dessa forma, as condições ideais são sempre mantidas.
Já foi muito comum realizar a retirada da válvula termostática dos carros. Os mecânicos acreditavam que essa ação não gerava qualquer tipo de problema, já que, no Brasil, as temperaturas são mais elevadas durante todo o ano. Contudo, isso é um grande erro.
Essa peça não serve apenas para manter o motor mais aquecido quando a temperatura externa está mais baixa, mas, também, para evitar o seu superaquecimento — o que é um risco ainda maior em locais quentes como o Brasil. Por isso, outro cuidado essencial que se deve ter com o motor do carro é não fazer a retirada da válvula termostática.
Faça a manutenção das peças corretamente
Cada modelo de carro apresenta suas características, tecnologias e metodologias de funcionamento. Por essa razão, a manutenção que serve para um determinado veículo pode não ser útil para outro — regra que também se aplica aos motores.
Diante disso, é essencial que você saiba exatamente quais são os cuidados específicos para o seu carro, tornando muito mais fácil fazer a manutenção das peças corretamente. Para facilitar esse processo, a forma mais efetiva é verificar quais são as orientações passadas pelo fabricante do veículo no manual do proprietário.
Nesse documento, todos os dados do carro estarão descritos. Também constarão as indicações para as manutenções periódicas — o cronograma ideal para as trocas de óleo, além do tipo de óleo a ser utilizado; troca de filtros de ar, óleo e combustível, entre outros cuidados necessários para garantir a durabilidade dos componentes.
Precavenha-se ao abrir a tampa do reservatório de água
Para terminar a nossa lista de cuidados com o funcionamento do motor do seu veículo, segue uma dica primordial para a sua segurança. Se o carro estiver quente, não abra a tampa do reservatório de água. Você pode sofrer com queimaduras graves provocadas pela temperatura do líquido, que, nessas condições, tende a transbordar de maneira repentina, devido às mudanças na pressão do reservatório.
Também é possível que isso afete o motor, pois podem ser criadas bolhas no sistema, provocando falhas na circulação da água, o que impedirá o resfriamento adequado das peças.
Ao conhecer o funcionamento do motor e entender melhor as diferenças entre os tipos de veículo, cilindradas e outras informações que disponibilizamos neste artigo, certamente, você terá mais condições de cuidar melhor do seu carro.
Além disso, poderá escolher o modelo mais adequado às suas necessidades na hora de realizar a compra, evitando adquirir um automóvel que poderá render menos por não ter um bom uso do seu motor.
O que achou deste guia? Você é um apaixonado por carros e se interessa por aprender e entender cada vez mais sobre o seu funcionamento? Então, assine a nossa newsletter e receba os melhores conteúdos sobre o tema em primeira mão!