Retífica de disco de freio: quando vale a pena fazer?
Manter a qualidade nos serviços de uma oficina é um dos grandes desafios para os gestores desse tipo de negócio. Algumas demandas e atividades frequentes, como a retífica de disco de freio, devem ser analisadas com cuidado a fim de não comprometer os resultados da empresa.
Levando isso em consideração, conversamos com um especialista no assunto — Fábio Cervelin, que é sócio-proprietário de uma oficina mecânica — e preparamos este conteúdo. Ao longo do texto, você entenderá como funciona o disco de freio, como identificar os principais problemas e quando vale a pena retificar.
Boa leitura!
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Quais são os tipos de disco de freio?
De acordo com Cervelin, é preciso ter em mente que "o disco de freio é uma peça única, feita de ferro fundido ou compostos de cerâmica — não existem outros itens em sua composição". Ele é apenas uma parte do sistema de frenagem e fica conectado às rodas ou aos eixos do veículo. Sua principal função é entrar em contato com as pastilhas no momento em que o pedal é acionado. Esta ação faz com que o automóvel perca velocidade e consiga parar em segurança. Ele pode ser sólido ou ventilado, além de ser comercializado em diferentes diâmetros e aplicações. Os sólidos acabam esquentando com mais facilidade. Geralmente, são utilizados no eixo traseiro ou no dianteiro, aparecendo com mais frequência em carros leves ou antigos. Os ventilados, por sua vez, têm como principal característica o fato de serem vazios entre as laterais. Este fator possibilita a melhor circulação de ar e, consequentemente, ajuda a arrefecer os outros componentes do sistema.Quais cuidados ter com os discos?
"Os cuidados devem ser tomados já na oficina, no momento da instalação do disco. É preciso fazer uma boa limpeza no sistema, na superfície do cubo da roda, para que ele se encaixe direitinho e tenha um perfeito assentamento", explica Cervelin. Esses preparativos são fundamentais para que ele não venha a trepidar — o que pode causar um impacto negativo em seu funcionamento. Outra precaução necessária está ligada ao assentamento da pastilha de freio do disco. Quando ocorre a troca, é preciso andar com o carro e frear diversas vezes, em velocidades variadas, para assentar os elementos. "Afinal, se você trocar e entregar o veículo para o cliente, ele pode não conhecer a necessidade de rodar e as frenagens serão mais bruscas no início, o que pode reduzir a vida útil do disco", adverte Cervelin. Nesse caso, aliás, é possível danificar tanto a pastilha quanto o disco. Garanta que os reparadores de seu estabelecimento tenham atenção às folgas entre os componentes da direção e suspensão. Se não estiverem adequadas, o condutor pode sentir o volante tremendo demais durante as frenagens. Além disso, quando o freio está quente, não é interessante passar em poças de água muito grandes, porque pode acontecer um choque térmico. Isso pode fazer com que o disco fique empenado e o desempenho seja comprometido.Como identificar problemas nos discos?
Uma das maneiras mais comuns de descobrir se os discos estão com algum tipo de problema é a famosa trepidação ao frear. Vale lembrar que essa "tremedeira" também pode acontecer por causa de problemas em outras partes do carro, como a suspensão. Normalmente, se o defeito está mesmo no freio, isso ocorre por conta do desgaste. Isso porque eles tendem a empenar quando estão muito finos ou quando o material não é de qualidade. Assim, reforçamos a importância de contar sempre com bons fornecedores!Quando vale a pena fazer a retífica de disco de freio?
Antes de decidir se vale a pena fazer a retífica de disco de freio, é primordial realizar uma análise aprofundada sobre o componente. Lembre-se de que essa peça deve ter uma espessura mínima especificada no manual do fabricante. Sendo assim, é preciso:- mensurar o disco com um aparelho chamado micrômetro;
- fazer um cálculo de quanto deve ser retirado;
- avaliar se o disco ainda ficaria dentro das medidas ideais.