Troca de embreagem: confira um guia completo sobre o assunto
Quer saber como fazer a troca de embreagem? Então, não deixe de ler este artigo!
Quem já dirigiu um carro com câmbio manual sabe que, para trocar de marcha, é preciso pressionar o terceiro pedal, certo? No entanto, por ser uma ação que os motoristas fazem de forma automática, dificilmente param para pensar em como o sistema de embreagem funciona.
Por causa disso, desenvolvem certos hábitos que prejudicam o funcionamento das peças e, consequentemente, a sua durabilidade, acelerando a necessidade de se realizar a troca de embreagem.
Então, é muito importante que você, como gestor de uma oficina, busque conhecer bem a mecânica de um veículo, para instruir os seus funcionários sobre a maneira correta de manusear os componentes. Além disso, ter esse conhecimento ajuda a orientar seus clientes sobre os cuidados que devem ter com os sistemas automotivos.
Quer entender mais sobre a troca de embreagem, evitar retrabalhos e garantir a satisfação do seu público? Então, acompanhe a leitura deste artigo.
Como funciona o sistema de embreagem?
O sistema de embreagem surgiu com o objetivo de tornar possível parar o carro e manter o motor a combustão interna funcionando sem correr o risco de perder a temperatura ou de precisar dar partida a cada novo movimento do veículo. Graças a sua eficiência, esse sistema foi um dos responsáveis por popularizar os automóveis a combustão interna. O funcionamento da embreagem é bastante fácil de ser entendido. Quando precisamos mudar de marcha, pressionamos o pedal, não é mesmo? Ao acioná-lo, o disco é desacoplado do volante do motor e, assim, perde a ligação com a caixa de câmbio. Esse processo permite que as marchas sejam trocadas de forma suave, garantindo a preservação dos componentes.Quais peças compõem o sistema de embreagem?
Basicamente, o sistema de embreagem é composto por cinco itens: volante do motor, disco de embreagem, rolamento de apoio, platô de embreagem e garfo de embreagem. Saber identificar cada um desses componentes e entender sua função é essencial para garantir que o manuseio seja feito de forma correta. Sendo assim, confira quais são as características e funcionalidades de cada uma dessas peças.Volante do motor
O volante do motor é uma peça circular que tem formato de disco dentado. Conectado à ponta do virabrequim e motor, esse componente é feito de metal fundido e tem como funções:- reduzir as vibrações provocadas pela movimentação irregular dos pistões;
- transferir a força para a embreagem.
Disco de embreagem
Com um formato circular, o disco é uma peça de metal com revestimento na borda e composto por material abrasivo, no qual, de um lado, há frisos, que facilitam o atrito com o volante, e, de outro, está a placa de pressão do platô. Sua função é realizar a ligação entre o motor e a caixa de câmbio; por isso, é o componente central do sistema de embreagem. No interior dos discos utilizados em carros de passeio, existem molas amortecedoras torcionais, cuja função é reduzir o impacto quando ocorre o acoplamento das peças e diminuir os ruídos e vibrações do sistema. Ou seja, essa peça é a que mais sofre com o desgaste. Por isso, a manutenção deve ser mantida em dia, a fim de evitar o surgimento de problemas.Rolamento de apoio
Também conhecido por colar de embreagem, o rolamento de apoio tem a função de pressionar a mola-diafragma; por isso, desliza sobre o eixo piloto. Nesse caso, a escolha do rolamento tem como propósito diminuir a força de impacto entre as peças, pois, quando o pedal de embreagem é acionado, o platô costuma estar girando.Platô de embreagem
O platô de embreagem tem a função de cobrir o disco de embreagem e pressioná-lo contra o volante do motor. Nesse caso, o platô é responsável por permitir a desembreagem e o desacoplamento da caixa de câmbio com o motor. Vale ressaltar que o volante e o platô são peças fixas, o que quer dizer que giram juntas. Porém, quando as molas do platô são pressionadas, a pressão da placa sobre o disco diminui e afasta o volante. O platô de embreagem é composto por:- carcaça (ou tampa);
- mola-diafragma (ou mola-membrana);
- placa de pressão (ou pista).
Garfo da embreagem
Ao ser acionado, esse componente movimenta o rolamento de apoio em direção à mola-diafragma.Quais as etapas do funcionamento da embreagem?
Como você pôde notar no tópico anterior, a embreagem não é uma única peça, e sim da junção de cinco, formando o sistema de embreagem. Todos esses componentes funcionam em conjunto com o objetivo de facilitar a transmissão da força do motor para a caixa de câmbio e, em seguida, para as rodas. Para você entender melhor como esse sistema funciona na prática, vamos conferir as etapas de funcionamento da embreagem:- Os pistões movimentam o virabrequim que gira o volante do motor. Esse processo ocorre de forma sincronizada conforme as explosões nos cilindros do motor;
- O conjunto de embreagem é fixado ao volante do motor e, por isso, é movimentado com ele. Sendo assim, quando o pedal não é acionado e as marchas estão desengatadas, tanto o motor quanto a embreagem e o câmbio operam juntos;
- Quando o motorista pressiona o pedal, um sistema mecânico (cabo de aço) ou hidráulico (fluido de embreagem) transmite a força recebida pelo pedal para o cilindro auxiliar — também conhecido por servo de embreagem;
- Com a ajuda do garfo da embreagem, o cilindro movimenta a alavanca para pressionar o rolamento de apoio contra a mola-diafragma do platô;
- a mola afasta o disco do volante;
- Após ser desacoplado do volante do motor, o disco perde a fricção e para de girar, fazendo com que a caixa de câmbio também pare de operar, uma vez que o eixo piloto está conectado ao disco de embreagem;
- O motorista realiza a troca de marcha de forma suave, pois a força do motor nas engrenagens da caixa de câmbio não provoca nenhum impacto;
- Depois de realizar a troca de marcha, o motorista deixa de pressionar o pedal, permitindo que ele volte para a sua posição inicial;
- Por fim, a última etapa é o acoplamento do disco ao volante do motor, fazendo com que a força motriz seja transferida para a caixa de câmbio.
Quais os principais problemas que levam à troca de embreagem?
Para realizar a manutenção da embreagem no momento certo, deve-se orientar o motorista a ficar atento a alguns sinais que indicam a necessidade de troca, a fim de evitar que uma falha gere mais prejuízos. Sendo assim, veja quais problemas demandam a troca de embreagem.Embreagem patinando
Quando o disco perde o atrito com o volante do motor, a placa de pressão ou ambos, a peça passa a girar em falso; logo, a embreagem começa a patinar. As causas desse acontecimento são:- excesso de sujeira na parte de atrito ou vazamentos de óleo lubrificante;
- desgaste do revestimento ou das pistas;
- retífica do volante malfeita;
- mola-diafragma sem elasticidade.
Trepidação
Quando as superfícies das peças estão em contato irregular umas com as outras, é normal que haja trepidação. Essa alteração pode acontecer durante a montagem do sistema, principalmente quando a pressão distribuída entre os parafusos é feita de forma desigual. Além disso, podemos citar como motivo o desbastamento alterado das pistas ou da guarnição, após a deterioração completa do rolamento de apoio ou da mola-diafragma.Ruído excessivo
Ruídos em excesso pode significar a ocorrência de alguns desses problemas:- desgaste da peça;
- perda de lubrificação;
- montagem irregular;
- peças com rachaduras ou avarias.
Pedal duro
A conexão do pedal com os demais componentes do sistema é feita por meio de um cabo flexível ou por um sistema hidráulico de acionamento. Quando o pedal fica duro, é sinal de que algum desses conectores está com problema. Nesse caso, pode ser:- canal entupido;
- cabo com sujeira;
- travamento do cilindro servo;
- rompimento das fibras de aço