Processo de restauração de carros antigos

Restauração de carros antigos: passo a passo avançado para mecânicos

Já reparou como a restauração de carros antigos vem ganhando cada vez mais espaço no mundo do automobilismo? É fato: esse tipo de atividade tem conseguido reunir adeptos em todos os lugares. E não é para menos! Além de contribuir para a reconstrução de histórias e tradições, essa prática ainda ajuda a relembrar modelos que marcaram gerações inteiras. Sem contar que, muitas vezes, inclusive trazem consigo algum valor emocional. Muito bacana, não acha?

Quando em bom estado de conservação, essas relíquias chamam a atenção por onde passam, garantindo prestígio entre seus admiradores. Mas e na prática, como funciona? Ao analisar os processos envolvendo carros antigos para restaurar, a verdade é que, por mais que possa surgir um certo estresse nas etapas de serviços, trata-se de um dos trabalhos mais prazerosos do cotidiano de uma oficina mecânica.

Tente imaginar: nessa situação, cada cliente revela ao mecânico suas paixões, ideias e, às vezes, até delírios — já que nem todas as propostas são realmente realizáveis. A questão aqui é, portanto, se você realmente sabe lidar com o cliente quando esse serviço vem à tona.

O que você está prestes a ler é um guia de bolso sobre como fazer a restauração de carros antigos. Incluímos nos próximos tópicos explicações que vão desde boas práticas a orientações para as modificações dentro dos restritivos parâmetros de originalidade da placa preta.

Além disso, podemos destacar desde já como é importante lembrar do trato emocional ao lidar com esse tipo de demanda. Afinal, restauradores e colecionadores de carros formam um público bastante apaixonado. É preciso, portanto, lançar mão de boas doses de tolerância e paciência ao lidar com esse tipo de cliente, ok?

Com isso em mente, prepare-se e tenha uma boa leitura!

Os critérios para a restauração de carros antigos

Enquanto muitas pessoas se sentem atraídas por lançamentos de veículos zero-quilômetro, quem valoriza a história e os momentos passados acaba encontrando grande prazer nos modelos antigos. Além do mais, o próprio processo de restauração gera sensações únicas nos proprietários por envolver arte e criatividade em cada etapa.

O detalhe é que, para que esse trabalho possa gerar bons resultados, é preciso começar por um bom planejamento, contando, é claro, com a devida preparação da equipe que desempenhará o serviço.

Para deixar este conteúdo o mais completo possível, contamos com a colaboração de Gilmar Fabian, proprietário da Fabian Centro de Reparo Automotivo. Sua expertise nos ajudará a ilustrar o guia com situações cotidianas para facilitar o entendimento. Acredite: depois da leitura, você não terá mais desculpas para não investir nessa atividade!

Originalidade em um veículo restaurado

A fim de evitar estresses desnecessários, primeiramente é preciso conhecer as normas de modificação e restauração de carros antigos. Para obter a tão cobiçada certificação e autorização para circular com a placa preta (atestado de alto teor de originalidade), é fundamental que o veículo tenha suas características preservadas.

Para você ter uma ideia, antigamente eram exigidos 90% de originalidade nos componentes do carro! Mas Gilmar explica que, atualmente, esse percentual baixou — “80% já passa”, diz.

Por mais que ainda seja crucial que a autenticidade seja mantida na parte estética, dá para mudar um detalhe ou outro na mecânica, como “o sistema de freios, a suspensão. Quem vistoria aceita algumas modificações, já que não se consegue mais peças para esses tipos de suspensão e mecânica em geral”.

É possível perceber, assim, a necessidade de conhecer os parâmetros e as exigências legais para otimizar os serviços e evitar possíveis dores de cabeça ao transitar com o veículo restaurado, certo? Agora podemos ir adiante. Confira a partir de agora o passo a passo que montamos para ajudá-lo com os próximos carros antigos para restaurar que estacionarem na sua oficina!

Um passo a passo para restaurar sem mistérios

Devido ao grande número de apaixonados por modelos clássicos, o mercado de veículos antigos já representa valor significativo tanto no comércio brasileiro como no internacional. Para que os profissionais consigam obter resultados positivos na área, é preciso investir em qualificação e desenvolvimento dos serviços relacionados à mecânica. Desta forma, é possível satisfazer as expectativas dos clientes e, com isso, garantir o crescimento da oficina. Pronto para o desafio?

Acompanhe agora o passo a passo que montamos para ajudá-lo com a restauração de carros antigos!

Encontrar o veículo ou a carroceria ideal

É essencial que profissional e cliente estejam atentos à qualidade estrutural do veículo a ser restaurado. Como bem explica Gilmar, a lógica é simples: o quão mais debilitada for a estrutura, mais difícil será o trabalho de restauração. É preciso analisar cuidadosamente a estrutura para, a partir disso, definir o custo operacional para fazer a mágica acontecer. Apoiado em sua experiência na consulta de preços das mais diversas peças, faça uma estimativa e deixe tudo claro para o proprietário.

Ainda na etapa de pesquisa de veículo, é importante levar em conta alguns aspectos que influenciam diretamente nos custos finais do projeto. Entre eles estão o estado da lataria e de todo o conjunto do motor. Afinal, se o veículo a ser trabalhado estiver em péssimas condições, os gastos com peças e reparos serão bem maiores. Sem contar que esse cenário ainda aumenta o tempo do processo. Por isso é tão importante estudar bem as opções de compra antes de tomar uma decisão.

Hora de ir às compras

Depois de avaliar as melhores opções segundo a relação de custo e demanda de reparação, é hora de ver se o valor coincide com as expectativas e condições do proprietário. Se sim, elabore um orçamento detalhado e passe-o ao cliente. Para encontrar as carcaças adequadas, você pode buscá-las tanto em lojas online como físicas, levando sempre em consideração o estado de conservação das peças.

Portais de classificados online costumam simplificar toda essa experiência de procura. Por serem mais convenientes, baratos e diversificados, garantem maior flexibilidade de negociação e variedade de peças. Entretanto, outros excelentes locais de busca são os ferros-velhos, que podem esconder verdadeiros tesouros. Embora exija mais paciência e dedicação, os achados podem recompensar.

Ressaltando: a diferença de valor entre uma modalidade e outra se dá pela flexibilidade que o setor online traz para o comércio. Se há mais competição, visibilidade, oferta e variedade, consequentemente o valor é menor. Desse modo, a tendência é que no ferro velho as peças sejam um pouco mais caras em comparação com as lojas virtuais. Fique de olho!

Durante a escolha da carcaça, é indispensável estar atento a alguns pontos-chave. Gilmar aconselha priorizar modelos em que não falte nenhum detalhe. Orienta: “um friso, um acabamento interno, aquelas peças que você não encontra mais (…) Pode existir uma réplica, mas que não chega nem perto da originalidade”. Ele ainda explica que, ao iniciar o trabalho de restauração, o primeiro item a observar é a possibilidade de algo estar podre ou danificado. A boa notícia é que é possível restaurar a maioria dos itens com as devidas peças e os cuidados necessários.

Buscar as peças adequadas para o veículo

Aqui destoam as diferenças entre a restauração de carros antigos estadunidenses e os nossos, nacionais. Restaurando Dodges, por exemplo, você dispõe de uma vasta imensidão de peças no mercado de importação. Restaurando Fuscas, por outro lado, você precisará assumir a função de garimpeiro virtual. Isso porque os componentes desse veículo são bem mais limitados no mercado, exigindo dos compradores uma boa habilidade de pesquisa.

Ao se verem limitados em termos de opções de peças, muitos proprietários acabam optando por usar versões paralelas a fim de reduzir os custos do projeto. Mas essa prática deve ser evitada, porque, no longo prazo, os componentes paralelos começam a apresentar problemas com frequência, gerando prejuízos ao dono do veículo. Peças originais são, assim, sempre as melhores opções quando o assunto é qualidade e economia.

Então não se esqueça: mesmo que o modelo de veículo escolhido tenha peças mais limitadas no mercado, nada de fazer uso de artigos de segunda linha. Existem ótimos locais de busca tanto na internet como em estabelecimentos físicos que podem ajudá-lo bastante nessa questão.

Para fechar este tópico com chave de ouro, Gilmar dá uma dica preciosa para conseguir peças específicas ou contatos que possibilitem isso: ir a car shows ou feiras de exibição de carros antigos. Segundo ele, trata-se de “uma chance de conhecer outros restauradores, até mesmo para a troca de peças”.

Caprichar no acabamento e na pintura

Especialmente nos processos de acabamento e pintura, é essencial contar com um profissional extremamente competente — caso não seja você mesmo essa pessoa, claro. A verdade é que são poucos os profissionais com a habilidade necessária para uma boa execução do serviço de pintura automotiva. Minucioso, esse trabalho exige não apenas aptidão técnica, mas também conhecimento e experiência sobre combinações, tonalidades e detalhes do carro antigo.

Na fase de análise, além de procurar por eventuais danos na pintura causados por um serviço descuidado, é preciso atentar para a tinta original. Pelo fato de já não existirem alguns tons comercializados antigamente, pode ser preciso utilizar uma tonalidade levemente diferente. Atenção aqui: se a cor for alterada, perde-se o direito à certificação, importante requisito da utilização da placa preta.

Quanto ao acabamento, é necessário priorizar carcaças originais, mesmo que tenham peças danificadas a opções com peças alternativas em bom estado. Isso porque componentes genuínos do veículo carregam um valor maior quando o assunto é carro antigo. Tenha em mente que basta ter a maior quantidade de peças originais para você conseguir manter o valor de originalidade do carro em alta. E Gilmar conclui: “a recuperação é possível, o que não pode é faltar essas peças”.

Valorizar peças com tecnologia de ponta

Além de a tecnologia agregar valor nominal ao veículo e proporcionar maior conforto a quem dirige, peças mecânicas de alto padrão ganham no quesito segurança de rodagem. O problema é que os vidrados em autenticidade darão pouco valor a isso. A propósito, há no ramo de restauração uma disparidade entre a manutenção da originalidade e a evolução de sistemas do veículo: enquanto alguns clientes preferem investir em maior conforto e segurança, outros optam por manter a legitimidade ao máximo.

Todavia, não é desfavorável que alguns itens mecânicos sejam modificados, desde que contribuam positivamente com o projeto. A esse respeito, sistemas de freio ABS e de injeção eletrônica podem ser boas opções para adaptar no modelo antigo a fim de se alcançar uma maior performance do veículo sem para isso perder sua elegância clássica.

Embora diminuam a originalidade do modelo, essas mudanças normalmente geram benefícios significativos para o proprietário, como uma maior economia de combustível, mais segurança e conforto. Afinal, muitas versões antigas foram desenvolvidas com sistemas de operação que atualmente se encontram defasados. Ao serem feitas as devidas modificações, portanto, é possível otimizar as qualidades que o carro pode oferecer.

Considerar as preferências do proprietário

Nessa empreitada, não são poucos os clientes que acabam frustrados ao receberem um resultado diferente do que esperavam. Essa situação acontece quando o profissional que está à frente da restauração falha em interpretar corretamente os desejos do cliente ou em estudar adequadamente as peculiaridades do projeto. Como é de se imaginar, tal cenário gera insatisfação no proprietário, contribuindo negativamente para a imagem da oficina.

Como evitar esse impasse? Entra aí a necessidade de estabelecer uma comunicação com o cliente, estratégia absolutamente fundamental para se chegar ao resultado pretendido. Acima de tudo, o profissional é o mentor do projeto para aquele veículo. Ele deve, portanto, ter a capacidade de analisar e fazer planejamentos específicos sobre as melhores práticas para atingir o resultado desejado.

Muitas vezes, aliás, pode ser necessário modificar a ideia inicial do cliente. Por essas e outras, é essencial ter uma conversa franca antes de dar início à restauração. Entenda o estilo proposto pelo dono e a necessidade (ou não) de se ater à originalidade ou de fazer adaptações, sempre buscando evoluir o projeto sem comprometer as expectativas do proprietário. O cliente ditando o destino e você fazendo o caminho: essa é a melhor maneira de obter sucesso na restauração.

Incluir parcerias no projeto

Para garantir uma maior eficiência nas etapas de restauração do carro antigo, é mais do que válido firmar algumas parcerias estratégicas. Pode ser interessante incluir a participação de outros serviços de pintura, por exemplo, de modo a evoluir o andamento dos processos e gerar maior economia e performance nos trabalhos. Para isso, é fundamental contar com equipes de confiança e buscar locais adequados para a restauração segundo o perfil do projeto.

Os benefícios para a oficina

Ao resolverem renovar seus carros antigos, muitos proprietários acabam enfrentando problemas na escolha da oficina para executar o serviço, com medo da frustração de receber um resultado aquém do esperado. Nesse contexto, muito sabiamente, a maioria das pessoas busca pela indicação de amigos ou de colecionadores e proprietários que já passaram por esse processo. Para que um mecânico tenha boas indicações, portanto, é preciso investir na qualidade do seu trabalho.

Ao garantir a satisfação do dono do veículo, que comunicará a outras pessoas sobre a experiência positiva com a oficina, uma restauração bem-feita leva o resultado do projeto para frente. Trata-se de uma ótima publicação do seu trabalho! Além do mais, graças à performance das restaurações, surgirá uma maior demanda de serviços, bem como de parcerias para a oficina, promovendo assim o crescimento das atividades prestadas.

Com esse passo a passo, você tem preparo para investir em carros antigos para restaurar, trazendo, com isso, benefícios para a oficina!

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