Guia completo sobre o freio de caminhão
Quando pensamos em segurança automotiva, um dos primeiros componentes que vem à mente são os freios, não é mesmo? Afinal de contas, esse sistema é responsável por controlar a velocidade ou parar o veículo. Logo, quando algo não vai bem no seu funcionamento, os riscos de ocorrer algum tipo de acidente de trânsito são grandes.
Então, se você é caminhoneiro e deseja garantir a sua segurança e a de outras pessoas enquanto percorre pelas estradas brasileiras, o primeiro passo é atentar-se ao cronograma de revisões preventivas. Isso porque o uso contínuo e as condições precárias das rodovias contribuem para que o freio do caminhão se desgaste mais rápido. E isso tudo acaba comprometendo o desenvolvimento do veículo e colocando em risco a segurança de todos que trafegam pela via.
Entendendo a importância desse assunto, preparamos este guia para explicar tudo o que você precisa saber sobre freio de caminhão. Quer saber quais são os tipos de freios, como funciona cada um, como detectar sinais de desgaste entre outras dúvidas? Basta seguir com a leitura deste artigo completo.
Quais são os tipos de freio de caminhão?
O mercado automobilístico sempre buscou inovar nas suas criações e desenvolver peças mais eficientes, dinâmicas e sustentáveis. Por isso, não surpreende o fato de, atualmente, existir uma variedade significativa de sistemas de freios. Então, listamos a seguir os principais tipos para você conhecer.
Freio tambor
No freio a tambor, a redução da velocidade é controlada através do atrito entre a lona de freio e o tambor. Esse sistema é acionado por meio de uma alavanca que permite o fluido hidráulico movimentar os calipers e as sapatas contra a parede interna do tambor.
Além disso, o direcionamento da força sobreposta à roda no momento da frenagem é outra grande característica que diferencia o freio a disco do de tambor. O primeiro ocorre de maneira linear, de modo que a pressão das lonas fique paralela à superfície. Nos freios a tambor, a pressão é exercida de forma vertical, uma vez que as sapatas são pressionadas contra a superfície interior do tambor.
Tendo em vista que, quanto maior a força aplicada sobre o pedal, maior será a energia transferida para as rodas, o sistema de freio a tambor apresenta bastante eficiência no momento da frenagem. Dessa forma, podemos citar como vantagem desse sistema:
- baixo custo com manutenção;
- possibilidade de ajustar as sapatas ao tambor à medida que as lonas se desgastem. Isso resulta no aumento da durabilidade dos componentes de freio;
- menor chance de ocorrer contaminação por parte de elementos externos, como terra, poeiras, pedregulhos etc.;
- o torque superior da frenagem, uma vez que a área de contato e a superfície de atrito são maiores.
Freio motor
Apesar da eficiência das pastilhas durante uma frenagem, nem sempre essa alternativa é a mais adequada para provocar a desaceleração das rodas, principalmente, quando se trata de veículos pesados. Nesse caso, a solução mais viável é a utilização do freio motor.
Quando o condutor faz uso do freio motor, o processo de desaceleração do caminhão se dá a partir da diminuição das marchas para que o propulsor auxilie na redução da velocidade. Sendo assim, enquanto o motor reduz a velocidade por meio da diminuição da rotação, o condutor fica responsável por controlar o ritmo com a ajuda do pedal de freio.
Vale ressaltar que, para garantir um sistema de freio mais eficiente nos veículos pesados, são adicionados mais componentes para auxiliar na frenagem do veículo.
No entanto, há outros sistemas de freio motor para caminhões que as montadoras podem instalar nos veículos. A escolha é feita com base no peso e em demais componentes do caminhão.
Vale ressaltar que o freio motor é bastante utilizado em ladeiras ou em vias muito movimentadas por causa do maior controle proporcionado ao motorista no momento de reduzir ou de manter a velocidade. Além disso, há maior segurança e preservação das peças.
Freio a ar
Também conhecido como sistema de frenagem pneumática, o freio a ar funciona a partir da compressão do ar. Devido à sua grande eficiência, esse modelo de freio é muito utilizado em veículos pesados, pois permite uma desaceleração compatível com o tamanho e o peso do veículo.
Para garantir uma frenagem segura e eficaz, o compressor recebe o ar do motor e, em seguida, realiza a sua compressão e o envia para o regulador. Este é o responsável por administrar a pressão e a intensidade da força que provoca a desaceleração das rodas. Lembrando que o excesso do ar é liberado na atmosfera, contribuindo para a regularização da pressão.
Freio auxiliar
O freio auxiliar foi desenvolvido com o objetivo de ser um dispositivo de segurança. Por isso, seu funcionamento ocorre de forma independente do sistema hidráulico de frenagem.
Sendo assim, quando o condutor puxar a alavanca do freio de mão, o cabo de aço que está conectado às sapatas é acionado. Nesse momento, as lonas são pressionadas contra o tambor, provocando a parada da rotação das rodas, independentemente do acionamento do pedal.
Freio ABS
Com certeza você já ouviu falar no sistema de freio ABS (Anti-lock Braking System). Devido à sua eficiência e maior segurança no momento da frenagem, a tecnologia passou a ser obrigatória aqui no Brasil em todos os veículos fabricados a partir de 2014.
Isso porque o freio ABS tem como função evitar o travamento das rodas durante uma frenagem brusca, uma vez que, sem esse componente, é muito comum ocorrerem derrapagens e, em casos mais graves, acidentes de trânsito.
Para que seu objetivo seja colocado em prática, o sistema de freio ABS funciona com base em sensores e em módulos eletrônicos cuja função é realizar constantemente a leitura do sistema de frenagem. Dessa forma, quando o motorista pressiona o pedal, o sensor consegue identificar o momento em que as rodas do veículo estão prestes a parar totalmente e, assim, diminui a pressão nos discos visando impedir o travamento.
Para você saber quando o freio ABS foi acionado, basta observar se o pedal de freio trepida no momento da frenagem. A trepidação é o resultado de uma força que o sistema exerce sobre o pedal para que ele volte à sua posição inicial no intuito de aliviar a pressão da frenagem.
Além da eficiência e da efetividade, o sistema de freio ABS oferece outras vantagens. Podemos citar como exemplo:
- mesmo em frenagens bruscas, é possível perceber o aumento da estabilidade e da dirigibilidade do veículo;
- a redução da distância de frenagem do automóvel;
- a diminuição do desgaste dos pneus, uma vez que as derrapagens também são reduzidas.
Freio EBS
Como vimos, o sistema de freio ABS tem como principal função evitar o bloqueio das rodas durante a frenagem do veículo. Por isso é considerado um dos sistemas mais seguros em condições adversas.
Mas sabia que existe outro sistema de freio que pode ser considerado tão bom quanto o ABS no que diz respeito à segurança do veículo? Essa tecnologia é a EBS (ou Electric Brake System).
Assim como o ABS, o sistema de freio EBS também evita que as rodas do veículo sejam travadas no momento da frenagem. No entanto, o que vai diferenciar uma da outra é forma de funcionamento.
O sistema EBS é constituído por um conjunto de válvulas relé, chamadas de moduladores, controladas eletricamente. Por isso, são instaladas próximo às rodas para regular a pressão do freio, conforme a intensidade da frenagem.
Sendo assim, quando o pedal de freio é pressionado pelo motorista, a pressão da frenagem exercida em cada eixo da roda é determinada pelos sensores de velocidade e unidade de controle. Além disso, os moduladores também são responsáveis por regular a pressão do ar enviada para os cilindros de freio.
Podemos citar como vantagens desse sistema:
- maior conforto;
- aumento na estabilidade;
- menor consumo de ar;
- aumento da segurança.
Diante dessas vantagens, o sistema EBS pode ser considerado uma ótima opção para caminhões, pois, em momentos em que o veículo não está carregado, a própria válvula sensível à carga é capaz de evitar o travamento das rodas sem precisar contar com o auxílio de outro componente.
Freio a disco
O freio a disco tem como principal característica a utilização de discos feitos de ferro fundido ou cerâmica, que são instalados diretamente na roda do caminhão. Sendo assim, a frenagem do veículo é feita por meio do contato dos discos de freio com as pastilhas. Esse toque é o que gera o atrito necessário para desacelerar as rodas e parar o veículo.
No entanto, as pastilhas de freio e os discos de freio não estão conectados entre si. Enquanto o disco está unido ao eixo do carro, as pastilhas estão fixadas às pinças ligadas à suspensão do caminhão.
O sistema é acionado quando o motorista pressiona o pedal de freio. A ação libera o fluido de freio do cilindro mestre para os demais componentes. O intuito é fazer com que as pinças empurrem a pastilha em direção ao disco para que o atrito seja gerado. Essa ação resulta na redução da velocidade do veículo.
Sendo assim, o coeficiente desse sistema de freio é considerado linear, com o funcionamento equivalente à força aplicada sobre o pedal. Suas principais vantagens são:
- manutenção simples;
- menor perda mecânica e deformação de peças;
- dissipação térmica superior;
- frenagem com melhor performance, que exige menor distância de parada, principalmente quando comparada ao freio tambor;
- melhor resistência a altas temperaturas.
Como funciona cada tipo de freio do caminhão?
De maneira geral, o sistema de freio tem como função eliminar a energia gerada pelo movimento do carro no intuito de provocar a desaceleração das rodas. Para isso, a energia cinética é transformada em calor. Sendo assim, nos veículos com o sistema de freio hidráulico, a força que o motorista exerce sobre o pedal é multiplicada pelo servo freio.
Após a ampliação da força, o cilindro mestre é acionado para direcionar a força até os pistões que serão responsáveis por pressionar as pastilhas contra os discos. Lembrando que, nos veículos com sistema de freio a tambor, as pastilhas são substituídas por lonas, e os discos, pelos tambores, ok?
Já nos sistemas pneumáticos, a frenagem acontece por meio das mudanças na pressão do ar que ocorrem no interior do cilindro de freio. Dentro desse componente, tem um pistão que faz uso da força do ar para movimentar a haste que está diretamente ligada às sapatas. Essa ação é o que garante que as sapatas entrem em contato com a roda e provoquem a sua desaceleração.
Quais são os componentes do sistema de freio do caminhão?
Como vimos, existem diferentes tipos de sistema de freio. Logo, a utilização dos componentes varia conforme o modelo adotado. Então, vamos conferir agora quais são eles.
Lonas e tambores
Muito utilizada nos veículos que têm o sistema de freio a tambor, as lonas são responsáveis por causar o atrito necessário para desacelerar o veículo quando entra em contato com a superfície do tambor. A mesma função também vale para o tambor de freio. Normalmente feito de ferro fundido, esse componente é instalado nas rodas traseiras dos carros.
Pastilhas e discos
Utilizada apenas em veículos com sistema de freio a disco, as pastilhas são responsáveis por gerar o atrito necessário para desacelerar a rotação das rodas, quando em contato com os discos de freio. Considerando a importância das duas peças, vale deixar clara a importância de ficar atento à qualidade dos itens. Para você saber se o produto é confiável, basta analisar a durabilidade, a resistência e a performance.
Pedal e alavanca
Não há dúvidas de que o pedal é o primeiro componente que vem à mente quando o assunto é sistema de freio, não é mesmo? Afinal de contas, essa é a única peça com a qual o motorista tem contato direto. Sua função é muito simples: permitir que o condutor acione os freios.
Além do pedal, o veículo tem uma alavanca que também é bastante importante para o sistema de frenagem. No entanto, por ser um componente de emergência, seu funcionamento ocorre de forma independente do sistema hidráulico.
Isso porque, quando acionado, o travamento das rodas traseiras é feito por meio de um cabo de aço. Por isso, é indicado apenas para emergência ou quando se deseja manter o veículo parado.
Cilindro mestre e fluido
O cilindro mestre tem a função de transformar força mecânica em pressão hidráulica. Por isso, tem o formato de um cilindro com um (ou mais) pistões e tem, acoplado a ele, um reservatório para fluido. Este é responsável por garantir que todas as partes móveis do sistema se movimentem de forma adequada.
Como detectar o desgaste dos componentes?
Não existe outro jeito. Para detectar o desgaste dos componentes, é preciso conhecer os sinais que o veículo emite quando algo não vai bem e manter-se atento sempre. Então, vamos conferir quais são os principais indicativos de que o sistema de freio está com problemas:
- caminhão desviando para um lado durante a frenagem. Isso acontece por causa de mangueiras entupidas, êmbolos da pinça com defeito e discos empenados;
- presença de ruídos estranhos durante a frenagem;
- vibrações que se estendem para o volante durante a frenagem é um forte indicativo de que há algo de errado com os componentes do freio, como cubo de roda, discos ou tambor;
- pedal muito duro ou muito baixo. Essa característica é sinal de que o servo freio está com problemas ou com presença de vazamentos de fluidos no sistema.
Quais problemas podem interferir no funcionamento do sistema de freio do caminhão?
Optar pela manutenção preventiva é sempre melhor, devido às vantagens que ela oferece. No entanto, sabemos que nem sempre é possível seguir com o cronograma de revisões à risca e, por isso, alguns problemas acabam surgindo com o tempo.
Diante disso, as principais falhas que podem comprometer o funcionamento do sistema de freio do caminhão são as seguintes:
- superaquecimento provocado pela presença de folgas entre as pastilhas ou devido ao mau estado dos tambores e das lonas;
- pressão de ar irregular ou com vazamentos devido à má vedação das válvulas, ao acúmulo de água nos reservatórios de ar e à contaminação do óleo lubrificante;
- vazamentos ou contaminação dos fluidos;
- comprometimento do sistema de freios, os pneus, a suspensão e os amortecedores ao exceder o limite de carga.
Como evitar panes no sistema de freio do caminhão?
Com a ajuda da tecnologia, hoje, tanto o mecânico quanto os motoristas podem usar ferramentas que auxiliam na identificação de pequenas falhas no sistema de freio, tudo de forma rápida e fácil.
Porém, a maneira mais efetiva de evitar a ocorrência de panes é realizando revisões com frequência. Nesse caso, é preciso certificar-se de que a manutenção seja feita por eixo para que a estabilidade do veículo não seja afetada.
Além disso, conferir com frequência o nível dos fluidos é uma forma de assegurar a preservação dos demais componentes do sistema de freio. Lembrando, é claro, de sempre conferir o estado de conservação das peças de reposição como discos, lonas, cilindro, cubo de roda, pastilhas e tambores.
Vale ressaltar também que o bom desempenho do caminhão é mantido pela ação conjunta de todos os sistemas. Por isso, não basta direcionar toda a atenção para os freios e esquecer os demais componentes. Então, sempre que for realizar as manutenções de rotina, verifique o funcionamento do motor e analise o estado de conservação de outras peças, como a válvula termostática.
Quais são as manutenções que devem ser feitas nos freios do caminhão?
Ao notar a presença de qualquer um dos indicativos de problemas, é aconselhável que você leve o seu veículo o mais rápido possível a uma oficina mecânica. Mesmo que algum desses sinais pareça simples, a falta de uma revisão adequada pode causar outros problemas ou agravar os que já estão lá.
Por esse motivo, ao levar o veículo até um profissional assim que notar um sinal de desgaste, você tem a certeza de que a manutenção será feita de forma correta, e o desempenho do veículo será mantido.
Esse tipo de revisão corresponde à manutenção corretiva — aquela na qual o condutor espera surgir uma falha para realizar o ajuste. Embora seja uma alternativa eficiente, esse tipo de manutenção nem sempre é o mais vantajoso. Isso porque pode gerar mais gastos e resultar em prejuízos, uma vez que o veículo ficará parado por um tempo na oficina.
Diante disso, a manutenção mais viável passa a ser a preventiva, como comentamos, pois o mecânico consegue corrigir pequenas falhas que poderiam causar grandes prejuízos se fossem negligenciadas. Por isso, a revisão preventiva torna-se uma alternativa mais econômica, prática e eficiente. No entanto, para manter o bom resultado das inspeções veiculares, é fundamental que você mantenha o cronograma de revisão sempre em dia, ok?
Quando é o momento para trocar o sistema de freio do caminhão?
Saber o tempo certo para trocar os componentes do sistema de freio é uma dúvida comum entre os motoristas. Para determinar um período certo, é preciso levar em consideração uma série de fatores, como a frequência que o caminhão é utilizado e quais são as condições de uso no qual ele é submetido diariamente.
Isso porque utilizar o caminhão todos os dias, transportar carga pesada e trafegar em vias precárias são alguns dos diversos fatores que aceleram o desgaste dos componentes do veículo. Nesse caso, o mais adequado é conversar com um mecânico de sua confiança para estabelecer um cronograma de revisão específico para o seu caminhão.
Além disso, você também pode consultar o manual do fabricante. Ele contém todas as informações importantes sobre o modelo do seu caminhão, inclusive a quilometragem média para fazer a substituição de cada uma das peças.
Essas foram as principais informações sobre o freio de caminhão. Como vimos, o mercado tem buscado inovar cada vez mais na criação de novos sistemas de frenagem no intuito de oferecer mais segurança sem afetar a performance do veículo. No entanto, independentemente da tecnologia utilizada, as manutenções continuam sendo a melhor solução para evitar acidentes de trânsito e garantir a segurança de todos.
Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Então, entre em contato conosco para conhecer nossos produtos e esclarecer todas as suas dúvidas.