Como fazer a gestão de resíduos de oficina mecânica corretamente?
Sabia que o número de veículos que circulam pelo país já passa dos 65 milhões? Para atender às demandas dessa frota, foi preciso expandir o mercado de oficinas mecânicas. Consequentemente, também aumentou o descarte de resíduos, como óleos usados, peças, pneus, estopas e embalagens plásticas. Agora, pense: considerando o nível de poluição dessa atividade, é essencial dispor de uma boa gestão de descarte de resíduos de oficina mecânica, concorda?
É preciso ter em mente que grande parte desse material, quando acondicionado ou desfeito de forma inadequada, pode causar sérios problemas para o meio ambiente. Sabendo disso, muitas empresas (incluindo oficinas mecânicas) perceberam a necessidade de desenvolver um negócio sustentável. Que tal fazer parte dessa turma? Acompanhe os próximos tópicos para aprender de que forma você pode contribuir!
Como são formados os resíduos sólidos nas oficinas?
Troca de óleo lubrificante, revisão do sistema de freios, suspensão, pneus e rodas. Esse tipo de serviço de manutenção de veículos configura uma das principais atividades realizadas pelas oficinas mecânicas. O problema é que a execução desses trabalhos acaba gerando diversos resíduos que são descartados em quantidades significativas. Entre eles estão estopas, flanelas, embalagens plásticas, pneus, óleos lubrificantes, papelão e peças usadas. O que fazer com esses detritos?
Quando não há uma gestão de resíduos eficiente, todo esse material é descartado de forma inadequada, prejudicando o meio ambiente e afetando a saúde pública. Mas então como fazer a separação correta? De acordo com a NBR 10004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os resíduos sólidos são divididos em 2 classes. A classe I, que engloba os perigosos, e classe II, que reúne os não perigosos. Entenda!
Classe I: perigosos
Fazem parte desse grupo os resíduos que apresentam particularidades físicas, químicas ou infecciosas que, quando gerenciados de forma inadequada, oferecem riscos tanto para a saúde pública quanto para o meio ambiente. Alguns exemplos dessas substâncias são:
- óleo lubrificante usado ou contaminado;
- acumuladores elétricos à base de chumbo (baterias);
- lâmpadas com vapor de mercúrio após o uso (fluorescentes);
- lodos gerados no tratamento de efluentes líquidos de pintura industrial.
Mas como ainda são gerados outros tipos de resíduos nas oficinas mecânicas, como saber se são perigosos ou não? Nesse caso, é necessário verificar se constam nos anexos A ou B da NBR 10004 ou se apresentam uma ou mais das seguintes características:
- inflamatório;
- corrosivo;
- reativo;
- tóxico;
- patogênico.
Classe II: não perigosos
Os resíduos não perigosos são divididos em 2 grupos:
- resíduos classe II-A (não inertes): são resíduos considerados biodegradáveis, comburentes ou solúveis em água, não fazendo parte do grupo de resíduos classe I (perigosos) ou de resíduos classe II B (inertes). Por exemplo, papéis não contaminados;
- resíduos classe II-B (inertes): quaisquer resíduos que, quando expostos a uma temperatura média no ambiente externo, mostram-se indiferentes ao contato com a água destilada ou desionizada, não afetando a potabilidade da água. Pneus, vidros e latas de alumínio, por exemplo, são considerados resíduos inertes.
É fato: tratamentos específicos são fundamentais para fazer o descarte adequado dos resíduos sólidos e efluentes, garantindo assim a preservação do meio ambiente. Nesse cenário, é preciso elaborar práticas que tenham como objetivo o estímulo à redução da produção de resíduos sólidos. Assim como disponibilizar ferramentas para possibilitar a separação do material na própria oficina mecânica. Além disso, deve-se pensar no destino adequado desses resíduos e desenvolver técnicas a fim de diminuir a formação de efluentes durante o tratamento.
Para garantir o controle e a prevenção de possíveis impactos ambientais nesse sentido, é preciso que a aplicação do tratamento, o devido armazenamento, o transporte e a destinação final sejam seguidos à risca, de acordo com as diretrizes normativas estabelecidas.
Qual a importância de fazer o descarte corretamente?
Não é de hoje que a preservação do meio ambiente se tornou uma preocupação universal. Pois foi em meio a esse despertar de consciência que acabou surgindo a necessidade de inserir o conceito de sustentabilidade nas empresas, independentemente de seu tamanho ou segmento. E não seria diferente com as oficinas mecânicas!
Como a quantidade de compostos químicos presente na oficina mecânica é bem alta, o impacto na preservação ambiental se torna muito maior sem a devida gestão desses materiais. É primordial, assim, identificar os resíduos gerados ou acumulados para, a partir dessa análise, estabelecer a melhor solução para o tratamento ou a disposição final.
Lembrando que não existe um processo de tratamento predeterminado, ok? Isso significa que a implementação de uma boa gestão de resíduos demanda a realização de pesquisas constantes, a fim de desenvolver processos ao mesmo tempo eficientes e econômicos.
Por que implementar um plano de gestão de resíduos?
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um registro técnico com valor jurídico que demonstra para a empresa a maneira ambientalmente mais adequada de gerir seus resíduos sólidos, identificando as variedades e a quantidade de geração de cada tipo de material. Além disso, orienta a respeito da forma correta de manuseio durante a realização das etapas de geração até sua disposição final.
A execução de uma boa gestão de oficina passa pela implementação de mudanças nos hábitos da empresa, incluindo monitoramento permanente. Feito isso, acredite: os resultados aparecerão a médio e longo prazos.
Ainda não está 100% convencido? Então confira agora mesmo as principais vantagens obtidas pela execução da gestão de resíduos na oficina mecânica!
Redução de custos
Uma vez que todo o processo de elaboração, implementação, execução e monitoramento de um plano de gestão de resíduos está diretamente ligado ao planejamento financeiro da empresa, a redução de gastos geralmente é uma das primeiras vantagens observadas. Com as novas medidas, será possível economizar com:
- destinação: ao conseguir identificar excessos na produção de resíduos com a ajuda do PGRS, a oficina pode elaborar estratégias a fim de reduzi-los e segregá-los corretamente;
- matéria-prima: por meio do monitoramento, é possível pensar em maneiras para reduzir o desperdício de materiais durante a realização dos serviços;
- equipamento: quando executado de forma correta, o PGRS tem a capacidade de determinar a quantidade, o modelo e o tamanho dos equipamentos necessários para a implementação da gestão de resíduos.
Estímulo à organização
Considerando que cada tipo de resíduo gerado na oficina mecânica apresenta quantidade e destinação específicas, o tempo de permanência desses materiais na empresa vão variar conforme sua classificação. Com a gestão de resíduos, é possível identificar o ambiente mais adequado para armazená-los, além de determinar a frequência ideal para a realização das coletas. Essas práticas liberam espaço físico na oficina e, consequentemente, ajudam na manutenção da organização.
Vale ressaltar que a segregação e a coleta dos resíduos sólidos devem ser atividades diárias. Nesse caso, o ideal é que sejam realizadas logo após a finalização dos procedimentos de rotina.
Além disso, o cuidado com a higiene também é favorecido graças à gestão de resíduos, gerando inclusive redução na proliferação de vetores. Como é de se imaginar, essa vantagem não beneficia apenas os mecânicos, mas serve de diferencial competitivo para a oficina, uma vez que reflete no índice de satisfação dos clientes.
Diminuição de acidentes
Outra grande vantagem de se implementar a gestão de resíduos na oficina é vista pela redução dos riscos de acidentes no ambiente de trabalho, garantindo tanto a segurança dos carros como a de quem circula pelo local. O PGRS orienta os mecânicos a respeito da maneira correta de manusear, transportar, armazenar e coletar cada tipo de resíduo, uma vez que a destinação final é determinada pela classificação.
Redução de impactos
Sem dúvida, essa provavelmente é a vantagem mais conhecida por todos que desejam implementar medidas sustentáveis na sua empresa. E não é para menos! Além de ajudar a diminuir a geração de resíduos sólidos, um bom plano de gestão de materiais também contribui para a correta segregação e destinação dos descartes. São ações que contribuem diretamente com o controle e a redução dos impactos ambientais decorrentes de atividades humanas.
Melhoria da credibilidade
Hoje em dia, a sustentabilidade é preocupação comum entre os empreendedores. Além da necessidade atentar para as condições do meio ambiente, essa tem sido uma pauta bastante cobrada pelos clientes e pela população em geral. Alguma dúvida de que o desenvolvimento de uma gestão de resíduos eficiente agregará pontos positivos para a imagem da oficina perante o público e os órgãos fiscalizadores?
Para que essas vantagens se concretizem, no entanto, é necessário reunir todas as partes envolvidas na busca por esse propósito, a fim de analisar e discutir as melhores soluções, criando a partir daí um plano de ação para a implementação de uma gestão de resíduos eficiente. E lembre-se: a efetivação do PGRS deve ser feita de maneira contínua.
Quais são as práticas adequadas?
A segregação de resíduos é uma atividade fundamental dentro da oficina mecânica. É por meio dela, afinal, que o volume de materiais perigosos a serem tratados ou dispostos em aterros diminui. Depois desse processo, é preciso avaliar se o armazenamento tem sido feito de forma adequada para, logo em seguida, definir a destinação final dos resíduos.
Código de cores para separação dos resíduos
Para facilitar esse processo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) criou um código de cores com o objetivo de identificar prontamente os diferentes tipos de resíduos. Por meio desse método, é possível visualizar a segregação dos resíduos na fonte, permitindo assim a reciclagem do máximo de material possível. Veja quais são as cores e seus respectivos significados:
- AZUL: papel/papelão;
- VERMELHO: plástico;
- VERDE: vidro;
- AMARELO: metal;
- PRETO: madeira;
- LARANJA: resíduos perigosos;
- BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;
- ROXO: resíduos radioativos;
- MARROM: resíduos orgânicos;
- CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação.
Estocagem
Feita a separação dos resíduos, é hora de pensar em seu acondicionamento. Nesse sentido, é importante prestar atenção na forma como é feita a estocagem: o recomendado é que sejam usados sacos ou recipientes resistentes, como tambores ou contêineres, para evitar vazamentos. A capacidade desses recipientes deve ser compatível com a quantidade diária gerada de cada tipo de resíduo.
Vale ressaltar que todos os resíduos devem ser armazenados separadamente, de forma a não alterar sua classificação original e, principalmente, não causar danos ambientais. Além disso, as áreas destinadas à estocagem dos resíduos devem ser cobertas, a fim de garantir melhores condições de preservação e segurança até que tudo seja encaminhado para a disposição final.
Transporte
O transporte externo de certos resíduos para a disposição final, como óleos lubrificantes, deve ser feito por uma empresa devidamente autorizada, uma vez que essa atividade apresenta potencial de risco.
Descarte
A última etapa para o correto gerenciamento de resíduos nas oficinas mecânicas é sua destinação final, sendo preciso certificar-se de que estão sendo depositados em locais apropriados. O descarte dos resíduos deve ser definido, claro, sem afetar a preservação do meio ambiente e a saúde da população.
Para ajudá-lo a entender melhor como funciona na prática, listamos aqui os resíduos mais comuns gerados em oficinas mecânicas e mostramos como proceder da forma correta. Acompanhe!
Óleos lubrificantes
O armazenamento dos óleos lubrificantes deve ser feito em recipientes apropriados e guardados em uma área de contenção, de maneira que não ocorra vazamento em casos de rachaduras ou acidentes na colocação ou retirada do resíduo. Os reservatórios mais indicados para esse fim são as bombonas e os contêineres plásticos, que apresentam maior resistência e durabilidade se comparados aos tambores de latão. Aliás, esses tambores ainda apresentam como desvantagem a facilidade de enferrujar ou amassar.
Embalagens contaminadas com óleo
O procedimento feito com as embalagens usadas de óleos lubrificantes é bastante simples: basta posicionar os frascos de modo a fazer com que todo o produto escorra. Depois disso, a separação dos envoltórios plásticos deve ser feita de acordo com as características do resíduo e acondicionados em áreas de contenção.
Materiais plásticos
De acordo com a NBR 10004, o plástico é entendido como um resíduo pertencente à classe II-B (inerte). Por isso, seu descarte é feito no lixo comum, sendo acondicionado em lixeira e tendo como destino final a coleta pública.
Restos de papel e papelão
O descarte do papel e do papelão acontece da mesma forma que o dos plásticos. De acordo com a NBR 10004, esse material pertence à classe II-A, que engloba resíduos não inertes. Seu armazenamento deve acontecer em locais cobertos para evitar contaminação, com seu descarte acontecendo em lixeiras simples, recolhidas pelo serviço de coleta pública.
Estopas
Usada para a limpeza de mãos, ferramentas e peças, a estopa é classificada como resíduo perigoso por sofrer contaminação. Esse material deve ser estocado no interior da oficina, em uma lixeira plástica separada dos demais resíduos. Seu recolhimento é feito por empresa especializada.
Metais
Os metais descartados como resíduos são considerados pela NBR 10004 como inertes, pertencentes à classe II-B. Sendo assim, a estocagem do material também deve acontecer no interior da oficina para depois ser destinado à reciclagem, etapa que inclui a separação dos resíduos de acordo com sua composição. Por fim, os metais devidamente separados são enviados a uma empresa de fundição, servindo como matéria-prima.
Filtros de óleo
De acordo com a NBR 10004, os filtros de óleo pertencem à classe I, que engloba os resíduos perigoso. Esse material deve passar por um equipamento que retira o excesso de óleo. O líquido é acondicionado em tonéis de 200 litros até ser recolhido por uma empresa especializada. Os filtros devem ser coprocessados, sendo o metal enviado para a reciclagem e o elemento filtrante de papel, destinado à incineração.
Ainda sobre esse tema, precisamos apontar alguns outros pontos a que o gestor precisa manter a atenção, como:
- padronização das lixeiras a fim de facilitar a identificação, com cores específicas para cada tipo de resíduo;
- determinação de espaço específico para o armazenamento dos resíduos, com divisões e piso impermeável;
- disposição de caixa separadora de água e óleo, já que os efluentes, quando lançados sem tratamento na rede de esgoto, são responsáveis por poluir cursos d’água.
O que não se deve fazer?
Pode acreditar: por mais que as oficinas mecânicas modernas tenham mudado aquela imagem antiga de lugares sujos e desorganizados, ainda é possível encontrar estabelecimentos que não se preocupam com fatores imprescindíveis como marketing, gestão de pessoas e meio ambiente. Por isso, acabam cometendo falhas graves em sua gestão. Você não quer entrar para essa estatística, quer?
Pensando nisso, é muito importante ficar atento às medidas adotadas para melhorar a administração do seu negócio e, assim, evitar certos erros. Evite, por exemplo:
- deixar de traçar um plano para o negócio: administrar uma oficina requer uma boa dose de preparação e muito planejamento;
- não dispor de um decantador de água: esse equipamento é usado para separar o óleo da água, a fim de evitar que o produto seja lançado na rede de esgoto;
- deixar de investir no piso adequado: em uma oficina mecânica, o mais indicado é o piso cimentado não poroso, que não absorve óleos e, assim, não prejudica a limpeza ou o visual do local;
- não fazer a substituição das estopas: atualmente, o recomendado é fazer a substituição das estopas por flanelas, que podem ser reaproveitadas, não afetam a qualidade do serviço nem prejudicam o meio ambiente;
- deixar de fazer o descarte correto dos resíduos: além de deixar o ambiente sujo e desorganizado, a negligência ao descarte correto dos resíduos afetará não só o meio ambiente como a imagem da sua empresa.
Quais documentos são necessários para começar?
Para dar início à gestão de resíduos em sua oficina mecânica com o pé direito, é preciso providenciar toda a documentação exigida pelos órgãos regulamentadores, incluindo:
- alvará de funcionamento;
- Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB);
- licença de operação ambiental;
- certificado de dispensa ambiental;
- coleta seletiva de resíduos, como papel, metal, plástico, vidro e materiais orgânicos;
- descarte de produtos contaminantes, como óleos lubrificantes, fluidos e baterias.
Por que fazer a logística reversa?
Você por acaso já ouviu falar em logística reversa? Trata-se de termo usado para caracterizar o setor de logística que tem como foco o retorno de resíduos, a fim de reutilizá-los no processo produtivo. Tem a função de fazer o reaproveitamento ou o descarte adequado desses materiais, de olho na preservação ambiental.
De acordo com a lei 12.305, a logística reversa é um “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”. Em outras palavras, podemos dizer que se trata de um conjunto de estratégias que têm como finalidade recolher os resíduos de maneira econômica, ágil e eficiente.
Para que sua gestão de resíduos tenha uma logística reversa que funcione corretamente, é preciso dar atenção especial a alguns fatores-chave, como:
- a classificação dos resíduos por categoria: uma técnica simples e barata, mas considerada bastante eficaz na implementação da gestão de resíduos;
- o acréscimo da coleta à rota de entrega: a inclusão da coleta de resíduos nas rotas de entregas da empresa também é uma prática que oferece vantagens econômicas, além de ganhos em agilidade e praticidade;
- o envolvimento dos colaboradores: o investimento em treinamentos de capacitação é primordial para garantir que os funcionários estejam aptos a lidar com os processos de descarte, separação e devida destinação dos resíduos.
Agora está nas suas mãos
Com base nessas informações, fica claro que dispor de uma gestão de resíduos sólidos em sua oficina mecânica contribui com a redução dos impactos ao meio ambiente, certo? E também deu para perceber que as falhas mais comuns são relacionadas à forma de acondicionamento e armazenamento, não é mesmo? A boa notícia é que conhecer o erro alheio já facilita (e muito) seu acerto!
Com uma estratégia de gestão cuidadosamente elaborada, é possível obter melhorias por meios de ações e medidas simples e de baixo custo. Não tem mistério: a gestão correta dos resíduos sólidos não apenas coopera com a preservação do meio ambiente como ainda favorece o desenvolvimento econômico da oficina mecânica. Então o que está esperando para começar?
Se você quer se inteirar sobre outros assuntos relevantes, aproveite para ler também nosso manual completo sobre troca de carros!